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Estado de Minas

Russa é levada ao tribunal acusada de conspiração nos EUA


postado em 18/07/2018 14:42

Um novo capítulo da controvérsia sobre o papel da Rússia nos Estados Unidos teve início nesta quarta-feira (18), em Washington, com a apresentação ante um tribunal de uma jovem russa acusada de tentar se infiltrar no aparelho político americano.

Maria Boutina, de 29 anos, foi detida no fim de semana e é acusada de agir como "agente não declarado de um governo estrangeiro" e de "conspirar" para se infiltrar em organizações americanas "para promover os interesses da Federação Russa", de acordo com a denúncia apresentada pelo Departamento de Justiça.

O anúncio de sua prisão e indiciamento foi feito na segunda-feira, apenas poucas horas depois da cúpula entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.

Boutina deve ser apresentada nesta quarta-feira para uma audiência preliminar ante um tribunal na capital americana. Pelas acusações feitas, pode pegar uma pena de cinco anos de prisão.

O advogado da jovem russa, Robert Driscoll, descartou as alegações e afirmou que Boutina havia "cooperado com diversas entidades do governo há meses", incluindo uma inspeção de sua casa feita pelo FBI em abril.

A jovem ruiva se tornou conhecida no âmbito ultraconservador americano como o rosto visível da ONG "Direito às armas", em favor das armas de fogo.

Originária da Sibéria, Boutina publica frequentemente fotos nas redes sociais nas quais aparece manipulando armas para denunciar a estrita regulação de acesso às armas de fogo em seu país.

Mas as autoridades americanas se concentraram nos múltiplos contatos que manteve a partir de 2015 com o poderoso lobby local de armas, a National Rifle Association (NRA), estritamente ligada ao Partido Republicano.

Nas redes sociais, Boutina também publicava fotos acompanhada de importantes dirigentes republicanos, incluindo o ex-presidente da NRA David Keene e o ex-candidato à presidência e governador de Wisconsin, Scott Walker.

- Profundidade e sofisticação -

Nessa fotos, Boutina também aparece acompanhada por um funcionário russo que, segundo a imprensa americana, é Alexandre Torshin.

Trata-se de um funcionário de alto escalão do Banco Central russo e que é alvo de sanções americanas. De acordo com a imprensa, é um homem próximo ao presidente Putin e que nos Estados Unidos é membro permanente da NRA.

Os documentos da denúncia afirmam que Boutina possuía um passe VIP para eventos da NRA.

Embora já atuasse nos Estados Unidos desde 2013, Boutina entrou nos Estados Unidos em 2016 com um visto de estudante para fazer um curso na American University (UA), em Washington, e desde a sua chegada foi colocada sob vigilância pelo FBI.

De acordo com a denúncia, Boutina e Torshin tentaram desenvolver relações com dirigentes políticos americanos para criar "canais oficiais" de comunicação que pudessem "ser utilizados pela Federação Russa para penetrar o aparato nacional de decisões políticas".

Para isso, tentavam participar de conferências da NRA a fim de estabelecer contatos com dirigentes republicanos e organizar jantares de "amizade e diálogo" para impulsionar uma "diplomacia informal" entre os dois países.

Em maio de 2016, em plena campanha para as eleições presidenciais daquele ano, Torshin teria se encontrado com Donald Trump Jr, filho do agora presidente, durante um evento organizado pela NRA.

Em depoimentos citados pela imprensa americana, essas atividades mostrariam a "profundidade e sofisticação" das operações russas de influência política nos Estados Unidos.


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