O guia supremo iraniano, Ali Khamenei, defendeu o desenvolvimento das relações de Teerã com o mundo inteiro, "incluindo Leste e Oeste", mas não com os Estados Unidos - informa sua página oficial na Internet nesta segunda-feira (16).
Ao receber o presidente Hassan Rouhani e o governo no domingo, o aiatolá Khamenei insistiu na "necessidade de desenvolver a diplomacia e as relações com os outros países", segundo a transcrição de uma parte de suas declarações publicada em inglês.
"À exceção de alguns poucos casos - como os Estados Unidos -, é preciso estimular e desenvolver as relações do Irã com os outros países, incluindo Leste e Oeste", acrescentou Khamenei.
Desde que os Estados Unidos anunciaram, em maio, sua saída do acordo nuclear de 2015 e o reforço das sanções contra a República Islâmica, Teerã multiplicou os contatos diplomáticos para buscar apoio contra Washington na cena internacional e tentar compensar o efeito de suas sanções extraterritoriais.
O acordo nuclear iraniano foi concluído em Viena, em 14 de julho de 2015, entre o Irã e o chamado P5+1, formado por China, EUA, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha.
Permitiu ao Irã sair de seu isolamento, graças à suspensão de uma parte das sanções internacionais contra Teerã, em troca da limitação drástica do programa nuclear iraniano e de seu compromisso de não buscar o desenvolvimento de armas atômicas.
Em fevereiro, Khamenei já havia dado um sinal forte a favor de melhores vínculos de seu país com Rússia e Ásia.
"Em matéria de política externa, preferir o Oriente ao Ocidente [...] é uma das nossas prioridades", afirmou.
Após a saída americana, Khamenei exigiu dos europeus que deem "garantias reais", permitindo preservar os interesses econômicos iranianos, de modo que Teerã permaneça no acordo.
Segundo o site, no domingo, o guia supremo pediu ao governo "ação e dinamismo", porque "a economia do país não pode se permitir esperar que os europeus ofereçam garantias".