Forças do governo cercaram e entraram com violência neste domingo povoados de Masaya, ao sul da capital da Nicarágua, deixando vários feridos, informou uma organização de direitos humanos.
A população local e grupos de direitos humanos relataram como tropas do governo invadiram, durante a madrugada, com pás mecânicas para levantas os bloqueios de vias nos municípios de Diría, Diriomo, Niquinohmo, e atacaram as pessoas entrincheiradas.
"Vão destruir Masaya, está absolutamente cercada", disse à AFP a presidente do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), Vilma Núñez.
"A Polícia Nacional e parapoliciais encapuzados e armados com AK-47s e metralhadoras estão atacando nosso bairro indígena de Monimbó. Resistimos com bombas caseiras e pedras", disse Álvaro Gómez, morador do bairro.
Monimbó, no sul de Masaya, é o epicentro da resistência contra o governo de Daniel Ortega na onda de protestos iniciados em 18 de abril por estudantes que exigem a saída do governante.
Desde então, a violência deixou pelo menos 272 mortos, segundo o Cenidh.
"A situação é grave e precisamos abrir um corredor para evacuar os feridos", disse o secretário da Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH), Álvaro Leiva.
O ataque ao departamento de Masaya, 30 km ao sul de Manágua, acontece um dia depois de 200 estudantes terem sido liberados com a mediação de bispos católicos, após passarem 20 horas entrincheirados em uma paróquia diante dos ataques de tropas governamentais.
A operação deixou dois estudantes mortos e 14 feridos.