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Estado de Minas

Trump e Putin têm fim de semana 'esportivo' antes de cúpula delicada


postado em 15/07/2018 10:24

Antes de iniciar sua turnê europeia, o presidente americano Donald Trump tinha previsto que a etapa de Helsinque, onde se reunirá com seu colega russo, Vladimir Putin, seria a "mais simples". A primeira cúpula bilateral entre esses chefes de Estado dá sinais, contudo, de que será bem delicada.

Trump e Putin, cujos gestos serão observados atentamente em todo o mundo, se reunirão na capital finlandesa após um fim de semana "esportivo".

O americano está jogando golfe, sua principal atividade física de acordo com suas próprias palavras, no luxuoso complexo hoteleiro escocês de Turnberry.

O segundo assistirá, neste domingo, à final da Copa do Mundo em Moscou entre França e Croácia. Ele aproveitará a ocasião para se reunir com os chefes de Estado de ambos os países: Emmanuel Macron e Kolinda Grabar-Kitarovic.

Após as polêmicas visitas de Trump a Bruxelas e Londres, marcadas por duros ataques a seus aliados da Otan e contra a primeira-ministra britânica, Theresa May, ele se encontrará com o dirigente de um país com o qual os Estados Unidos têm diversos pontos de atritos.

A anexação, em março de 2014, da península ucraniana da Crimeia por Moscou, o apoio da Rússia ao regime sírio de Bashar al Assad, as novas tarifas americanas... A lista é longa.

Os dois presidentes se reunião a sós com seus intérpretes no palácio presidencial, antes de se unirem às suas respectivas delegações para um almoço de trabalho. O dia terminará com uma coletiva de imprensa conjunta.

Na véspera da cúpula histórica, milhares de pessoas se manifestaram neste domingo na capital finlandesa, convocadas pelo coletivo "Helsinki Calling for Human Rights", integrado por dezenas de ONGs e associações.

"Respect Ukraine" (Respeito à Ucrânia) e "Make human rights great again" (Tornar os direitos humanos importantes de novo) eram alguns dos cartazes que os manifestantes carregavam na praça do Senado, ao lado do palácio presidencial.

- 'Capacidade para ler personalidades' -

Será que Trump vai assumir diante de Putin o papel de líder do "mundo libre" e pedirá explicações sobre as questões em que discordam?

Ou ele vai ser elogioso como o dirigente russo, como foi com o chinês, Xi Jinping, e o norte-coreano, Kim Jong Un?

E qual será a estratégia do presidente russo?

"Putin demonstrou sua incrível capacidade para ler as personalidades", afirma Alina Polyakova, do "think tank" Brookings Institution.

"No fim das contas, essa é a formação que recebeu como oficial dos serviços de inteligência, e acho que é especialmente habilidoso para detectar as fraquezas".

Em uma carta aberta ao presidente americano, seis senadores democratas pediram para ele não negociar sozinho com o líder do Kremlin.

"Tem que ter outros americanos na sala", insistiram, embora sua petição tenha poucas chances de ser atendida por Trump.

Três dias antes do encontro, outro assunto espinhoso veio à tona: a denúncia de 12 agentes de inteligência russos na investigação da suposta interferência do Kremlin nas eleições presidenciais americanas de 2016.

Na sexta-feira, Trump se comprometeu a tratar deste tema em Helsinque e afirmou que "ninguém foi mais firme com a Rússia" que os Estados Unidos.

O presidente republicano desmente qualquer tipo de conluio com Moscou e denuncia "uma caça às bruxas" do FBI.

Já a Rússia desmente qualquer interferência nas eleições, bem como nega sua responsabilidade no envenenamento com um agente neurotóxico do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia em março em Salisbury, na Inglaterra.

Os dois sobreviveram ao ataque, mas uma britânica de 44 anos morreu na semana passada na mesma região, e uma "pequena garrafa" com o mesmo agente foi encontrada em sua casa.

"Se pudermos desenvolver uma relação" com Putin, "seria fantástico", declarou Trump.

Para Maria Lipman, analista política independente instalada em Moscou, o encontro será complicado porque o que une os dois homem é que "nenhum dos dois (...) está disposto a ceder à pressão".


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