Os funcionários da mina Escondida, que explora a maior jazida de cobre do mundo no Chile, rejeitaram nesta sexta-feira (13) a última oferta da multinacional anglo-australiana BHP Billiton para assinar um novo acordo coletivo, ameaçando fazer uma greve.
Depois que os líderes do sindicato, que reúne 2.500 trabalhadores da Escondida, rejeitaram na quinta-feira a oferta da BHP Billiton, principal acionista da Escondida, eles concluíram as consultas com as bases nesta sexta. Elas se mostraram "muito alinhadas" com os dirigentes, garantiu à AFP o porta-voz do grupo, Carlos Allende.
A empresa oferece bônus de fim de negociação de 13,5 milhões de pesos (20.700 dólares) para cada trabalhador da mina, situada a 170 km a sudeste de Antofagasta, em pleno deserto do Atacama (norte do Chile), a 3.100 metros de altura.
A companhia também se compromete a manter as atuais remunerações e benefícios na área de saúde e educação e reduzir a idade para se candidatar à aposentadoria aos 52 anos, após 25 anos de trabalho.
A empresa manterá essa oferta na mesa até o próximo 17 de julho.
"A oferta que recebemos é inaceitável", disse Allende à AFP, acrescentando que eles também discordaram "da forma". "Soa como um ultimato", explicou.
"Ainda temos tempo para conversar, portanto, convidamos a empresa a continuar o diálogo", acrescentou, antes de avisar que uma rejeição às demandas dos trabalhadores "significa uma greve", como aconteceu no ano passado, quando paralisaram por 44 dias.
No ano passado, os trabalhadores da Escondida realizaram a mais longa greve na mineração chilena sem conseguirem dobrar a companhia, que lhes ofereceu um bônus de greve de 17.400 dólares, em comparação com os quase 39.000 que eles pediam.
Eles concluíram a greve nos termos do artigo 369 da Lei do Trabalho, que estende o acordo coletivo por 18 meses e que expira em 31 de agosto.