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Estado de Minas

Sexto dia de manifestações em Basra, grande cidade do sul do Iraque


postado em 13/07/2018 15:12

Os iraquianos voltaram a protestar nesta sexta-feira (13) em Basra, no sexto dia de uma mobilização social que obrigou o primeiro-ministro Haider al-Abadi a viajar para esta grande cidade do sul do país afetado pela corrupção e anos de violência.

Os protestos contra o desemprego e serviços públicos precários, principalmente o fornecimento de eletricidade, foram exacerbados pela morte de um manifestante no domingo, no primeiro dia de manifestações.

Abadi chegou em Basra (500 km ao sul de Bagdá) procedente de Bruxelas, onde participou de uma reunião sobre o combate internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI), que foi derrotado no ano passado no Iraque depois de três anos de batalhas sangrentas.

Ele se reuniu com comandantes militares, líderes políticos locais e empresários do setor do petróleo, segundo o seu gabinete, que indicou que medidas serão adotadas para responder ao descontentamento da população.

Entre as primeiras medidas, o chefe de Governo prometeu aos guardas do ministério do Petróleo em Basra contratos de longa duração e proteção social.

Desde domingo, as manifestações acontecem diariamente. Os manifestantes bloquearam estradas com pneus em chamas e alguns tentaram invadir instalações governamentais e refinarias de petróleo.

No centro da cidade, algumas pessoas manifestaram em frente à sede do conselho provincial. Com bandeiras iraquianas, eles gritaram palavras de ordem contra as autoridades.

- "Nem justo, nem aceitável" -

Segundo um membro do conselho provincial, Karim Shuak, os manifestantes são jovens que pedem "soluções para o problema do desemprego e criticam a inação do Governo Federal".

Os recursos petrolíferos do Iraque representam 89% do seu orçamento e 99% das suas exportações, mas geram apenas 1% dos empregos aos trabalhadores locais. As companhias petrolíferas estrangeiras empregam essencialmente estrangeiros em suas instalações.

A taxa de desemprego é oficialmente de 10,8% no Iraque, país onde os jovens com menos de 24 anos representam 60% da população.

A mais alta autoridade xiita do Iraque expressou nesta sexta-feira apoio aos manifestantes, mas pediu para evitar atos desordeiros. Ele também pediu às autoridades para encontrar soluções aos problemas sociais.

"Não é nem justo nem aceitável que esta rica província seja uma das mais miseráveis do Iraque. Muitos de seus habitantes carecem de serviços públicos", denunciou o xeque Abdel Mahdi al-Kerbalai, representante do aiatolá Ali Sistani, durante um sermão em Karbala (centro).

O xeque também pediu que os manifestantes "evitem métodos não pacíficos e não civilizados" e não permitam que atos de vandalismo sejam cometidos, já que "eles precisam ser reparados com o dinheiro do povo".

Em 2015, um movimento de protesto, por trás do qual estava o líder xiita Moqtada Sadr, foi organizado no Iraque com manifestações semanais contra a corrupção e a precariedade dos serviços públicos, antes de perder força.

Moqtada Sadr liderou as eleições legislativas de 12 de maio, com sua aliança sem precedentes com os comunistas.

Mas o Iraque continua sem Parlamento, uma vez que os resultados desta eleição não foram validados e uma recontagem parcial ainda está em andamento nos distritos eleitorais em que houveram denúncias.


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