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Estado de Minas

Cidade nicaraguense de Masaya resiste ao cerco das forças de Ortega


postado em 20/06/2018 11:12

A cidade de Masaya mantém nesta quarta-feira (20) a resistência ante a ofensiva das forças do governo de Daniel Ortega, enquanto outras regiões da Nicarágua enfrentam ataques em meio à escalada de protestos que deixaram 186 mortos em dois meses.

Os moradores dos bairros de Masaya, 35 km ao sul de Manágua, levantaram novas barricadas durante a madrugada e percorrem o setor central em caminhonetes com homens armados.

Testemunhas reportaram trocas de tiro e ataques de homens fortemente armados nas cidade de Jinotepe, León, Matagalpa e Estelí.

"São situações de extrema violência, onde já se está passando dos limites, e a verdade é que nos encontramos totalmente indefesos", disse à AFP a diretora executiva do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh), Marlin Sierra.

Na véspera, forças do governo lançaram uma forte ofensiva para recuperar o controle de Masaya, declarada em rebeldia por seus habitantes, que exigem a renúncia do presidente Ortega.

Moradores chegaram a repelir o ataque das forças de choque e grupos paramilitares com armamento improvisado. O Cenidh informou sobre pelo menos três mortes na incursão em Masaya e outra no interior do país, elevando para 186 o número de óbitos em dois meses de repressão violenta aos protestos contra o governo.

O secretário da Associação Nicaraguense de Direitos Humanos (ANPDH), Álvaro Leiva, também informou pelo menos 30 feridos em Masaya.

Sem citar a situação em Masaya, a vice-presidente Rosario Murillo advertiu que "o comandante Daniel (Ortega) está comprometido com deter esta onda terrorista, de crimes de ódio, sequestros, ameaças e intimidação".

"Organismos internacionais estão sabendo do ataque a Masaya. Pedimos ao governo da Nicarágua que pare com a repressão e não prejudique mais sua imagem com a comunidade internacional. O governo pode deter um massacre!" - tuitou o arcebispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez.

O ataque aconteceu depois que a Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) suspendeu o diálogo até que o governo inclua o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e a União Europeia (UE) para investigar as ações de violência.

O governo e a Aliança Cívica pela Justiça e Democracia concordaram na sexta-feira em convidar os organismos internacionais a ajudar a investigar a situação de violência.

Mas a aliança opositora, que reúne empresários, estudantes e outros grupos da sociedade civil, retirou-se da mesa de diálogo na segunda-feira, após criticar o governo por não cumprir com esse acordo.

O chanceler Denis Moncada, chefe da delegação oficial, alegou razões "burocráticas" para não ter feito os convites, disse Carlos Tünnerman, delegado da sociedade civil nas negociações.

Após a suspensão da reunião, o governo divulgou uma declaração, na qual se distanciou da repressão e disse ter proposto à oposição "trabalhar para alcançar acordos verificáveis de segurança, paz e reconciliação".

Durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, condenou a violência na Nicarágua e pediu ao governo que cumpra os compromissos.


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