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Estado de Minas

Nicarágua lança ofensiva para recuperar controle de cidade rebelde


postado em 19/06/2018 16:54

As forças do governo da Nicarágua lançaram nesta terça-feira (19) uma forte ofensiva para recuperar o controle da cidade de Masaya, declarada em rebeldia por seus habitantes.

"Diante deste ataque desmedido e incomparável em força, os cidadãos estão fazendo resistência física dentro de suas possibilidades porque têm que proteger suas vidas", denunciou o secretário da Associação Nicaraguense Pró Direitos Humanos (ANPDH), Álvaro Leiva.

O ataque à cidade aconteceu na manhã desta terça, horas depois da Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) suspender o diálogo até que o governo inclua a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e a União Europeia (UE) na investigação da violenta repressão dos protestos, que deixam 180 mortos em dois meses.

"São ouvidos fortes sons de rajadas (de fuzil) em Coyotepe, La Barranca e na entrada principal de Masaya, que já estão sob controle" das forças do governo, acrescentou Leiva.

Na operação foram reportados ao menos 32 feridos e "estamos enviando ajuda para que parem o ataque e seu terror" contra a população de Masaya, declarou Leiva ao canal independente 100% Noticias.

As forças governamentais, apoiadas por tratores e caminhões da Prefeitura de Manágua, suspendiam os bloqueios na estrada para Masaya.

Na segunda-feira, Masaya, cidade com 100.000 habitantes, se declarou em rebeldia para exigir que o presidente Daniel Ortega e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, abandonem o poder.

Na véspera, os bispos disseram em comunicado que "quando o governo nos enviar uma cópia desses convites e os organismos nos transmitirem o seu recebimento" será convocada a retomada do diálogo.

"Este governo tem que demonstrar vontade política. Isso não é um jogo, isso é sério para o futuro da Nicarágua. Aqui não se pode continuar assassinando mais pessoas. Por favor, mostramos que queremos superar esta crise", declarou à imprensa o arcebispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez.

O governo e Aliança Cívica pela Democracia acordaram na sexta-feira convidar os organismos internacionais a ajudar a investigar a situação de violência.

Mas a aliança opositora, que agrupa empresários, estudantes e a sociedade civil, retirou-se da mesa de diálogo na segunda-feira, após criticar o governo por não cumprir com esse acordo.

O chanceler Denis Moncada, chefe da delegação oficial, alegou razões "burocráticas" para não ter feito os convites, disse Carlos Tünnerman, delegado da sociedade civil nas negociações.

Os participantes tinham previsto discutir a suspensão dos bloqueios das estradas, o adiantamento das eleições de 2021 para março de 2019 e reformas no judiciário.

Após a suspensão da reunião, o governo divulgou uma declaração na qual se distanciou da repressão contra os protestos.

Assegurou que propôs à oposição "trabalhar para alcançar acordos verificáveis de segurança, paz e reconciliação nos municípios e departamentos da Nicarágua".

Durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, condenou a violência na Nicarágua e pediu ao governo que cumpra com os compromissos.


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