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Estado de Minas

Colombianos elegem pela primeira vez presidente entre direita e esquerda


postado em 17/06/2018 18:48

A Colômbia votou neste domingo (17) para seu presidente entre o direitista Iván Duque, afilhado político do ex-presidente Álvaro Uribe, e o ex-guerrilheiro Gustavo Petro, em uma eleição determinante para os acordos de paz que buscam acabar com meio século de confronto armado no país.

O prolongado conflito com as guerrilhas adiou por décadas o tradicional duelo entre direita e esquerda na quarta economia da América Latina.

Mais de 36 milhões de eleitores foram convocados para definir o futuro do acordo de paz que desarmou a ex-guerrilha Farc. Apesar de ter evitado 3 mil mortes no ano passado, o acordo dividiu profundamente uma sociedade anestesiada por mais de meio século de violência.

Duque e Petro oferecem caminhos diametralmente opostos sobre este e outros temas.

"São eleições transcendentais", afirmou Juan Manuel Santos, o presidente que deixará o poder em agosto, ao votar durante a manhã na Praça de Bolívar de Bogotá.

O Nobel da Paz de 2016 destacou as "garantias" de segurança que os eleitores terão, em um país onde a violência afetou as eleições por décadas.

A jornada eleitoral começou às 8h locais (10h de Brasília), e as seções eleitorais permaneceram abertas por oito horas.

A autoridade responsável pela organização do pleito alertou para as chuvas em diversas zonas que poderiam afetar a votação, em um país com índice de abstenção que historicamente beira os 50%.

- Frente a frente -

Duque, que promete modificar o pacto, é o favorito das pesquisas. Com 41 anos, o afilhado político do polêmico ex-presidente Álvaro Uribe (2002-10) pode se tornar o mandatário mais jovem eleito na Colômbia desde 1872.

Petro, de 58 anos, é um ex-guerrilheiro do M-19, já dissolvido, que defende os acordos de paz e grandes reformas e pretende romper o histórico controle da direita.

Com a antiga guerrilha comunista transformada em partido e diálogos contínuos com os rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), a luta contra a corrupção e o narcotráfico, assim como as relações e a migração sem precedentes da Venezuela, ganharam espaço na campanha.

Vencedor do primeiro turno com 39% dos votos, Duque tem experiência política de quatro anos. Embora tenha se destacado no Senado, chegou ao Parlamento por uma lista fechada liderada por Uribe.

"Nada é dele, tudo foi alavancado pelo capital político que o ex-presidente Uribe tem", garantiu Fabián Acuña, cientista político da Universidade Javeriana.

Duque pretende recuperar o cargo máximo do país para uma direita contrária ao acordo com as Farc, diminuir os impostos para as empresas e aumentar a pressão internacional contra o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.

Ex-prefeito de Bogotá, Petro trouxe de volta à política colombiana os discursos de praça e a convocação de multidões.

Contudo, na corrida eleitoral, que lhe rendeu 25% dos votos no primeiro turno de 27 de maio, ele se afastou das ruas e não participou de nenhum debate na televisão, diante da recusa de seu adversário.

Em um país de 49 milhões de habitantes, com 27% de pobreza e o maior produtor mundial de cocaína, Petro apresenta uma série de reformas destinadas a "aprofundar a paz", que ele apoia de modo irrestrito.

Suas propostas de tributação de latifúndios improdutivos, migração para uma economia que seja menos dependente do petróleo e do carvão, empoderamento dos camponeses e críticas às políticas antidrogas atuais preocupam as elites.

"A necessidade de mudar as coisas é fundamental. Vamos construir uma Colômbia humana em paz, que se reconcilie consigo mesma", apontou Petro neste domingo.


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