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Estado de Minas

Ex-chefe do FBI ignorou regras, mas sem motivações políticas, diz relatório


postado em 14/06/2018 18:24

O ex-diretor do FBI James Comey ignorou normas da entidade nas investigações de 2016 sobre os e-mails da ex-secretária de Estado Hillary Clinton, mas não teve motivações políticas, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (14).

Segundo o gabinete do inspetor-geral do Departamento de Justiça, Comey não seguiu os procedimentos adequados, mas não foi encontrada nenhuma evidência de motivação política para influenciar o resultado da eleição presidencial daquele ano, na qual Hillary foi a candidata democrata.

O então diretor do FBI provocou um terremoto político ao reabrir, apenas uma semana antes da eleição de 2016, uma investigação sobre as denúncias relativas à eliminação de e-mails de um servidor privado que Hillary usou quando era secretária de Estado.

Hillary considerou que essa decisão foi uma das causas de sua derrota para Donald Trump, embora antes das presidenciais Comey tenha admitido que a ex-secretária de Estado não havia cometido nenhum delito capaz de torná-la passível de um processo criminal.

Entretanto, depois das eleições, o novo presidente e Comey entraram em rota de colisão quando o diretor do FBI iniciou uma investigação sobre o suposto conluio do comitê eleitoral de Trump com funcionários russos durante a campanha.

Comey foi sumariamente demitido por Trump e, desde então, o presidente insiste que o FBI continua cheio de agentes favoráveis ao Partido Democrata e irritados com o resultado das eleições.

- Prejuízo para campanha de Trump -

Segundo o relatório de 568 páginas divulgado nesta quinta, "em momentos essenciais o então diretor Comey optou por se desviar das normas e dos procedimentos do FBI e seguiu seu próprio processo subjetivo de tomada de decisão".

Embora esses gestos "não tenham o resultado de tendência política da parte de Comey", tiveram um "impacto negativo na percepção do FBI e deste Departamento como administradores da Justiça", apontou.

"Mesmo admitindo que Comey enfrentou uma situação difícil com opções pouco atraentes, concluímos que ao proceder como procedeu, Comey cometeu uma série de erros de julgamento", assinala o relatório.

Em um capítulo que parece reforçar as insistentes declarações do presidente, o relatório sustenta que agentes do FBI trocaram mensagens que mostram "um estado mental tendencioso" que os deixou "propensos a tomar atitudes" para prejudicar a campanha de Trump.

"Isso contradiz os valores centrais do FBI e do Departamento de Justiça", sustentou o documento.

Isto levou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, a afirmar que Trump "considera que este relatório reafirma suas suspeitas" sobre um FBI dominado por agentes ligados ao Partido Democrata.

Pouco antes da divulgação do documento, em um texto publicado nesta mesma quinta-feira na edição digital do jornal New York Times, Comey admitiu o "profissionalismo" do relatório, mas disse que não concordava com suas conclusões.

Os peritos do inspetor-geral "percorreram o trabalho do FBI com um microscópio e não encontraram qualquer indício de motivação política, ou imprópria, que tenham afetado a investigação", assinalou.


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