As duas chapas que chegaram na liderança das eleições no Iraque, a do nacionalista Muqtada Sadr e a dos ex-combatentes anti-extremistas próximo ao Irã, anunciaram na noite desta terça-feira (12) uma inesperada aliança para dirigir o país os próximos quatro anos.
Esta surpreendente decisão afasta a possibilidade de que o atual primeiro-ministro, cuja lista chegou em terceiro lugar, possa continuar dirigindo o país.
Em 12 de maio, ao fim das primeiras eleições celebradas após a vitória sobre o grupo Estado Islâmico (EI), o populista Sadr chegou à liderança graças a uma aliança sem precedentes com os comunistas, A Marcha pelas Reformas.
Em seguida aparece a Aliança da Conquista, dirigida por Hadi al Ameri, considerado como o homem de Teerã em Bagdá.
"A Marcha pelas Reformas e a Aliança da Conquista anunciam a todos ter formado uma verdadeira aliança para acelerar a formação de um governo nacional afastado de todo confessionalismo", proclamou Sadr durante uma coletiva de imprensa conjunta com Ameri na cidade de Najaf.
Esta união pegou de surpresa a classe política iraquiana, já que Sadr deu a entender que não queria se aliar com Ameri.
Até agora, o antigo chefe de milícia transformado em símbolo das manifestações anticorrupção e partidário da independência de seu país frente a Irã e Estados Unidos havia conseguido apoio de 94 deputados. A Aliança da Conquista tem 47.
É um passo importante em direção à metade dos 329 assentos necessários para formar o futuro governo em um sistema pensado para impedir o retorno da ditadura e do partido único.