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Estado de Minas

Atenas e Skopie aprovam nome de República da Macedônia do Norte


postado em 12/06/2018 18:36

Afinal, será "República da Macedônia do Norte". Os governos de Atenas e Skopie chegaram a um acordo nesta terça-feira (12) sobre o nome da pequena ex-república iugoslava após 27 anos de diferenças, o que permitirá desbloquear sua adesão à UE e à Otan.

Ao fim da última maratona diplomática, iniciada no ano passado e que terminou na segunda e na terça com dois telefonemas, os primeiros-ministros da Grécia, Alexis Tsipras, e da Macedônia, Zoran Zaev, anunciaram o acordo separadamente.

"Temos uma solução histórica após duas décadas e meia. Nosso acordo inclui o nome da República da Macedônia do Norte", declarou Zaev à imprensa em Skopie.

No entanto, este acordo que põe fim a 27 anos de disputa político-semântica ainda não é definitivo: terá que ser aprovado no Parlamento macedônio e submetido a referendo e o país deverá alterar sua Constituição para que a Grécia suspenda, por fim, as reservas à sua entrada na União Europeia e na Aliança Atlântica.

A tarefa se anuncia espinhosa na medida em que Zaev não dispõe de uma maioria qualificada para esta modificação e a oposição nacionalista já denunciou o acordo, qualificando-o de "capitulação".

O premiê realizou as negociações "de forma incompetente e aceitou todas as reivindicações da Grécia", criticou Hristijan Mickoski, líder do opositor VMRO. "O VMRO não aceitará as mudanças do nome constitucional" (República da Macedônia), acrescentou.

Na Grécia, o país será reconhecido como Severna Makedonja, ou seja, República da Macedônia do Norte em idioma macedônio, informou Tsipras em mensagem na televisão grega.

Este novo nome "faz uma clara distinção entre a Macedônia grega", nome de uma província no norte do país, "e o de nossos vizinhos do norte", comemorou.

É "uma grande vitória diplomática e uma grande oportunidade histórica" para a região, que "abre uma janela de amizade, de cooperação e de desenvolvimento conjunto", defendeu em sua mensagem manifestamente dirigida à opinião pública grega, na qual ainda há forte oposição a um acordo.

Este acordo deve conduzir a uma revisão da Constituição da Macedônia, coletando as mudanças convencionadas para que a Grécia suspenda por fim as reservas à sua entrada na União Europeia e na Aliança Atlântica.

A Grécia obteve, destacou Tsipras, que seus vizinhos renunciem a reivindicar qualquer relação com a cultura grega antiga da Macedônia, encarnada na figura de Alexandre, o Grande, de cuja herança os gregos reivindicam a exclusividade.

O acordo estabelece, assim, que o idioma do país vizinho, embora continue sendo denominado macedônio, "pertence à família das línguas eslavas do sul".

O grande partido conservador de oposição grego Nova Democracia tinha centrado até agora suas críticas nas supostas concessões de Tsipras ao reconhecer uma nacionalidade e um idioma macedônios.

- 'Dedos cruzados' -

Desde a independência da ex-república iugoslava em 1991, a questão do nome da Macedônia tem sido um tema de intensos debates dos dois lados da fronteira, atiçado com regularidade segundo o maior ou menor nacionalismo dos respectivos governos.

A Grécia não tolerava que a vizinha adotasse o nome de sua província e se atribuísse o esplendor e as proezas de dois grandes reis da Macedônia antiga, Filipe II e seu filho, Alexandre, o Grande.

Consequentemente, Atenas só reconhecia oficialmente a Antiga República Iugoslava da Macedônia por este acrônimo, ARIM, assim como Berlim ou Paris, enquanto mais de 140 países, inclusive Rússia, Estados Unidos, China e Reino Unido, haviam aceitado "Macedônia".

O grande objetivo para a Macedônia é agora obter luz verde na cúpula europeia no fim de junho para empreender negociações de adesão e obter um convite para se unir à Otan na cúpula da Aliança, nos dias 11 e 12 de julho.

"Sinceros parabéns aos primeiros-ministros (grego, Tsipras, e macedônio, Zaev). Com dedos cruzados. Obrigado a vocês, o impossível se fez possível", reagiu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no Twitter.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também "saudou com entusiasmo a notícia" depois de "muitos anos de paciência diplomática". E pediu aos dois países que "finalizem o acordo" para "por Skopie na via da adesão", além de "reforçar a paz e a estabilidade" nos Bálcãs ocidentais.


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