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Estado de Minas

Trump contra todos antes do G7 no Canadá


postado em 07/06/2018 21:36

A conta não fecha: os líderes dos países do G7 chegam nesta quinta-feira (7) ao Canadá para uma cúpula que deveria se chamar "G6+1", considerando o tom das declarações dos líderes, que começam a perder a paciência diante da defesa intransigente dos interesses americanos por parte do presidente Donald Trump.

A ruptura poderia ser expressa em um comunicado assinado por Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Japão ao fim da cúpula a ser celebrada nesta sexta-feira e sábado em La Malbaie, província do Quebec.

O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira, em Montreal (sudeste do Canadá), uma reunião com os chefes de governo alemão, britânico e italiano, além de autoridades da União Europeia.

Macron disse que a cúpula "pelo menos reforçará os acordos entre os seis", referindo-se aos quatro europeus, Canadá e Japão.

Os líderes do G7 podem alcançar acordos sem o presidente americano, embora a unanimidade seja preferíveis, afirmou mais cedo o francês em coletiva de imprensa com o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau em Ottawa.

"O G7 é uma oportunidade para nos unirmos e termos discussões francas, abertas, entre nações que são aliadas e amigas há muito tempo", disse Macron.

"Haverá temas nos quais o presidente (dos Estados Unidos) não estará totalmente em sintonia com os outros. Penso, claro, nas mudanças climáticas e no comércio", afirmou o mandatário francês.

"Nosso objetivo comum é tratar de encontrar um texto que possa ser assinado por todos. (...) Dito isso, concordo com o que disse Justin Trudeau muitas vezes: o desejo de assinar uma declaração comum do G7 não deve superar a necessidade de respeitar o conteúdo", explicou.

Trudeau qualificou de "ridículo" o argumento de "segurança nacional" invocado por Trump para justificar sua ofensiva protecionista.

Ambos os líderes, que se reuniram em Ottawa antes de irem ao Quebec para a cúpula de dois dias com o Grupo dos 7, destacaram que as tarifas às importações de aço e alumínio também afetarão os trabalhadores americanos.

Trump reagiu em um tuíte: "Por favor, digam ao primeiro-ministro Trudeau e ao presidente Macron que estão taxando em massa os EUA e criando barreiras não monetárias. O superávit comercial da UE com os EUA é de 151 bilhões de dólares, e o Canadá mantém distante nossos agricultores e outros. Espero ansiosamente vê-los amanhã".

Antes da eleição de Trump, era de bom tom criticar os perigos do protecionismo no comunicado final do G7, em uma linguagem também duramente negociada, e louvar a cooperação internacional em diplomacia e proteção ambiental.

Como imaginar, então, que canadenses, europeus, japoneses e americanos encontrem um vocabulário comum, após Trump deixar o acordo de Paris sobre o clima, denunciar o pacto sobre o programa nuclear iraniano e impor tarifas ao aço e ao alumínio de seus aliados?

Esta última ofensiva protecionista que foi a gota d'água para os parceiros tradicionais de Washington.

"É risível dizer que o Canadá, a França (...) possam representar uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos, dado que somos os melhores aliados que os Estados Unidos já tiveram", afirmou Trudeau na coletiva de imprensa com Macron.

O presidente francês considerou as tarifas "contra producentes" para a economia e para os empregos americanos, após ter dado várias mostras de gentileza com o inquilino da Casa Branca.

Os esforços foram em vão, contudo, como se vê no tuíte publicado na manhã desta quinta-feira por Trump, que disse que vai para o G7 "lutar" pelos Estados Unidos, afetado pelos "piores acordos comerciais já firmados".

- Primeiro, o bilateralismo -

"Trump usará todos os seus recursos para dividir os outros seis, para que eles quebrem e façam o que ele quer, isto é, negociações bilaterais", disse Laurence Nardon, do Instituto Francês de Relações Internacionais. "Até agora os seis resistiram, mas Trump ainda não terminou".

Trump deu as boas vindas ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na Casa Branca, nesta quinta-feira, para discutir a Coreia do Norte.

O autor de "The Art of Negotiation" mostrou, em mais de 500 dias no poder, que não está inclinado a se afetar.

"A tendência do presidente, quando ele é criticado, é contra-atacar", lembra William Alan Reinsch, do "think tank" do CSIS em Washington.

Paradoxalmente, a cúpula de Singapura em 12 de junho entre Trump e o líder Kim Jong Un se anuncia mais amigável do que a com seus "amigos" do G7.


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