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Estado de Minas

Mercados brasileiros são tomados por nervosismo nesta quinta-feira


postado em 07/06/2018 20:36

A Bovespa recuou 2,98% nesta quinta-feira (7) e o real continuou se desvalorizando - o dólar chegou perto de custar R$ 4 -, em uma sessão tomada pelo nervosismo diante de um panorama internacional e eleitoral incerto, segundo analistas.

O índice Ibovespa chegou a perder mais de 6% durante a tarde, mas conseguiu se recuperar.

As maiores quedas foram registradas nos setores energético e bancário. As ações preferenciais Petrobras recuaram 3,49%, as do Banco do Brasil, 4,01%, e as do Itaú Unibanco, 2,91%.

Entre os fatores externos, analistas apontam a ansiedade criada pela possibilidade de Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) aumentar suas taxas de juros, atraindo capitais dos países emergentes para papéis mais seguros.

Segundo alguns especialistas, neste caso, o Banco Central (BC) poderia aumentar neste mês sua própria taxa de juros - atualmente no mínimo histórico de 6,5% -, apesar de a inflação continuar sob controle.

Mas, mesmo desconsiderando esse fator, o dólar teve "vários dias seguidos em queda constante nos mercados internacionais, mas não no Brasil", apontou Jason Vieira, da consultoria Infinity Asset Management, referindo-se aos problemas internos do Brasil.

Nesta quinta, o real perdeu 2,19% frente ao dólar, que era negociado no fechamento dos mercados a R$ 3,9250. Durante a sessão, chegou a quase R$ 3,96.

Vieira, que não descarta a existência de "um ataque especulativo", acredita não há nada impedindo a superação da barreira psicológica de um dólar a 4 reais.

Neste ano, o real se desvalorizou 17% frente à moeda americana, apesar das operações de swap cambiário executados pelo BC para conter a tendência.

O presidente do BC, Ilan Goldfajn, tentou acalmar os ânimos em uma coletiva de imprensa na noite desta quinta.

Goldfajn afirmou que a economia nacional tem fundamentos sólidos, com uma inflação controlada e ativos de reserva que chegam a 380 bilhões de dólares.

- Incerteza eleitoral -

Entre os fatores internos, analistas destacam a incerteza eleitoral, a fragilidade do governo, o alto déficit fiscal e a elevada dívida pública.

A volatilidade da Bovespa e a depreciação do real acontecem "em meio à dúvidas sobre a competitividade econômica do Brasil", somadas à incerteza sobre o resultado das eleições presidenciais de outubro, explicou Vieira.

Para Mauro Rochlin, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os candidatos com melhor desempenho nas pesquisas eleitorais "não se identificam com o ajuste" que, segundo estima, o Brasil precisa para conjurar "um forte déficit fiscal e uma dívida muito elevada que representa mais de 76% do PIB".

Se a situação fiscal não for resolvida, "existe a possibilidade de uma moratória" ou uma "hiperinflação", alertou o acadêmico.

Os analistas apontam também para a fragilidade demonstrada pelo governo de Temer, que acabou fazendo elevadas concessões fiscais para dar fim à greve dos caminhoneiros que paralisou o país durante mais de uma semana em maio.

"A capacidade de resposta do governo é muito limitada" e carece da "capacidade de oferecer soluções", afirmou Claudio Frischtak, economista da Inter B Consultoria.


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