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Estado de Minas

Atentado suicida contra religiosos deixa sete mortos em Cabul


postado em 04/06/2018 19:18

Pelo menos sete pessoas morreram, e várias ficaram feridas em um atentado suicida durante uma reunião de ulemás em Cabul, pouco depois de o grupo de religiosos classificar os atos terroristas como pecado.

O agressor, que chegou a pé, detonou-se do lado de fora da tenda onde acontecia essa Loya Jirga, ou "grande conselho". O evento reuniu milhares de ulemás, procedentes de 34 províncias do país.

"Segundo nossas primeiras informações, sete pessoas morreram, incluindo um policial. Outras nove ficaram feridas, entre elas dois policiais", disse à AFP o porta-voz da Polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.

Já o Ministério da Saúde informou que 18 feridos foram levados para hospitais da região.

"As vítimas são, principalmente, moradores do bairro, mas pode ser que entre eles eles tivessem convidados para a conferência", afirmou o porta-voz do Ministério do Interior, Najib Danish.

"Tínhamos implantado medidas de segurança, mas o homem-bomba se apresentou disfarçado de convidado, antes de se detonar", acrescentou.

Os religiosos estavam deixando o lugar quando o ataque foi cometido, no final da manhã, no oeste da capital afegã.

A tenda foi instalada na entrada dos jardins da Escola Politécnica, perto da Universidade de Cabul e atrás do complexo da Academia Militar.

Até o momento, nenhum grupo reivindicou o atentado. No Twitter, os talibãs descartaram seu envolvimento: "A explosão de Cabul não tem nada a ver com os mujahedines", escreveu seu porta-voz, Zabihullah Muyahid.

O braço local do grupo extremista Estado Islâmico (EI) é muito ativo também em Cabul, que se tornou o lugar mais perigoso do país para os civis.

Washington condenou o ataque.

"O ataque de hoje contra civis e líderes religiosos que trabalham pela paz no Afeganistão expõe a desumanidade dos terroristas e contradiz os princípios islâmicos e a legitimidade que eles afirmam defender", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em um comunicado.

- Explosivos no peito -

"Às 11h30 (locais, 4h em Brasília), houve um ataque suicida contra o distrito PD5, onde uma reunião de ulemás acabava de terminar. O ataque aconteceu do lado de fora da tenda", disse Stanikzai.

Uma fonte de segurança afirmou, em conversa com a AFP, que o suicida, que levava os explosivos ao redor do peito, "detonou sua carga na rua".

Segundo a imprensa local, pelo menos 3.000 religiosos participaram dessa conferência.

Quando a explosão aconteceu, a "fatwa" tinha acabado de ser decretada, ao vivo, pela televisão.

Muitos insurgentes, que alegam agir em nome do Islã, consideram os ulemás como aliados do governo afegão.

Ao final de um longo discurso, os religiosos apresentaram o conteúdo do decreto que declara "os atentados suicidas e as explosões contrárias ao Islã um grave pecado".

"As guerras em curso no Afeganistão não têm qualquer fundamento legal. Apenas os afegãos são suas vítimas. Não têm qualquer valor religioso, nem humano", afirma o texto, acrescentando que "apoiá-los, ou financiá-los, é contrário à Sharia (a lei islâmica)".

"Enquanto a guerra se prolongar e matar dezenas de pessoas todos os dias (...), o governo e os talibãs terão de se sentar à mesa de negociações", concluem os religiosos.


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