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Estado de Minas

Frente Nacional de Marine Le Pen muda nome para deixar passado antissemita


postado em 01/06/2018 17:48

O partido extremista francês Frente Nacional (FN) de Marine Le Pen mudou de nome nesta sexta-feira (1) para Agrupamento Nacional (AN), embora mantenha sua logo, garantia de conservar os partidários mais resistentes a mudanças e reflexo da linha dura da formação.

Essa mudança "encerra um capítulo da história de nosso movimento nacional iniciado há pouco mais de 45 anos, mas é para abrir outro capítulo que, acredito, não será menos glorioso", declarou a presidente da formação, Marine Le Pen, nesta sexta à noite em um comício em Baron, perto de Lyon.

Os militantes, dos quais a metade era resistente à mudança de nome, aprovaram a proposta em um voto por carta. Le Pen detalhou que 80,8% das pessoas votaram a favor da medida, com uma participação de 53% dos membros.

Assim, o partido deixa seu nome histórico, Frente Nacional, que usou desde a sua criação, em 1972.

Mas conserva sua logo, uma chama azul, branca e vermelha, as cores da bandeira francesa, envolvida por um círculo, cópia da logo do partido neofascista italiano Movimento Social Italiano (MSI), hoje desaparecido, no qual o FN se inspirou politicamente em seu começo e que o ajudou financeiramente, recorda a historiadora Valérie Igounet.

O objetivo era não perder os 48% contrários à mudança que expressaram sua oposição em um questionário.

Com o novo nome, Marine Le Pen quer coroar a refundação do partido, deixar para trás o seu passado racista e antissemita, e selar alianças com outras formações.

A referência para Marine Le Pen é o grupo parlamentar que o FN conseguiu juntar entre 1986e 1988, chamado "Frente Nacional-Agrupamento Nacional" e que contava com vários deputados da direita, além dos extremistas.

"Sempre foi o dilema do partido, tentar se abrir para a direita clássica e, ao mesmo tempo, manter o símbolo do FN que continua aceso", explicou Igounet.

A chama, símbolo de continuidade, incorpora de fato os temas que se federam no partido, como segurança e imigração, questões recorrentes em Marine Le Pen, que tenta unir seus militantes após seu fracasso na eleição presidencial de 2017.

Rebatizar a Frente Nacional é uma "traição", reagiu o cofundador do partido e pai da atual presidente, Jean-Marie Le Pen, de 89 anos.

"Mais que uma marca, é também uma longa e corajosa história militante que se renega".


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