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Estado de Minas

Menina curda morta na Bélgica foi atingida por tiro de policial


postado em 22/05/2018 13:42

A menina curda de dois anos que foi morta na quinta-feira passada durante uma perseguição policial no oeste da Bélgica foi atingida por um tiro policial e uma investigação foi confiada à polícia das polícias belga.

"O policial que atirou está arrasado. Ele nunca teve a intenção, nem imaginou essa situação", declarou o procurador-geral de Mons Ignacio De la Serna, citado pela agência de notícias Belga, durante uma entrevista coletiva.

"Foi um incidente trágico que todos lamentam, incluindo os policiais. O atirador, cuja intenção era parar este veículo, foi ouvido e o juiz investigador só anunciará as acusações quando tiver reunido todos os elementos da investigação", acrescentou.

As conclusões da autópsia acabaram com qualquer dúvida sobre a origem da bala que atingiu Mawda Shawri, de 2 anos de idade, na bochecha.

De acordo com a Procuradoria, houve apenas um tiro, depois de "uma perigosa perseguição de 60 km" na autoestrada E42 em direção a Maisières, um subúrbio de Mons.

Na quinta-feira, entre 2h00 e 3h00 da manhã, policiais perseguiram uma van suspeita antes de conseguirem pará-la. A bordo, 20 imigrantes curdos, incluindo quatro crianças. Mawda morreu na ambulância que a levava ao hospital.

"Não havia armas na van e apenas um tiro foi disparado por um policial", declarou à AFP o advogado da família da vítima, Olivier Stein, contactado por telefone.

"A Procuradoria não teria tido tantos problemas em decifrar como a menina morreu se tivesse perguntado diretamente a meus clientes, que foram tratados mais como autores de um crime do que como vítimas", lamentou.

As autoridades judiciais também confirmaram nesta terça-feira ao advogado que "a bala foi disparada no meio da perseguição, quando a van circulava a 90 km/h, a partir de um dos carros da polícia".

Estas informações "confirmam as explicações dos meus clientes", disse Stein.

Em um primeiro momento, a Procuradoria de Tournai havia indicado que a morte não tinha sido causada por um tiro, baseando-se num primeiro relatório de um socorrista, antes de se retratar, mas permanecendo prudente quanto a origem do disparo.

Uma investigação foi confiada ao "Comitê P", a polícia das policias da Bélgica. "Estamos à espera de um relatório balístico e do depoimento de outros policiais que ainda não tivemos acesso", declarou Henry, de acordo com a Belga.

Na madrugada de sexta-feira, policiais foram atraídos pela placa falsificada da van, estacionada em um estacionamento nas proximidades de Namur. O veículo acelerou quando a polícia se aproximou, dando início a uma perseguição em alta velocidade por longos quilômetros.

O veículo suspeito tentou várias vezes provocar um acidente, de acordo com as conclusões preliminares, e não respondeu às ordens da polícia.

Ele foi finalmente interceptado após a intervenção de reforços, parando por conta própria. Mas o motorista não foi identificado.

"É a lei do silêncio, ninguém quer dizer quem dirigia este veículo", ressaltou Christian Henry.

Os pais da garota estavam no veículo. A família estava alojada em um ginásio em Grande-Synthe, perto de Dunquerque, no norte da França, de acordo com as autoridades francesas.

Os dois magistrados belgas levantaram a questão do impacto do desmantelamento da "Selva" de Calais, um campo de migrantes no país vizinho.


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