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Estado de Minas

EUA aplicarão sanções 'sem precedentes' sobre Irã, promete Pompeo


postado em 21/05/2018 17:42

Os Estados Unidos ameaçaram o Irã, nesta segunda-feira (21), com as "sanções mais fortes da história", se não cumprir condições draconianas para alcançar um "novo acordo", depois que Washington se retirou do pacto multilateral com Teerã.

"Aplicaremos uma pressão financeira sem precedentes sobre o regime iraniano. Os líderes em Teerã não terão dúvida sobre nossa seriedade", disse Mike Pompeo, ao descrever a "nova estratégia" de Washington para contrariar o regime islâmico de Teerã, que classificou como o principal patrocinador mundial do terrorismo.

"Quem é você para decidir pelo Irã e pelo mundo?", reagiu o presidente iraniano Hassan Rohani. "O mundo de hoje não aceita que os Estados Unidos decidam pelo mundo. Os países têm sua independência", declarou.

Em seu primeiro grande discurso sobre política externa desde que deixou a direção da CIA para liderar o Departamento de Estado, Pompeo criticou o acordo de 2015, pensado para impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear, e prometeu "esmagar" os agentes iranianos e os representantes do movimento xiita Hezbollah, que operam no mundo todo.

"O ferrão das sanções se tornará mais doloroso apenas se o regime não mudar o rumo do caminho inaceitável e improdutivo que escolheu para si mesmo e para o povo iraniano", acrescentou, em conferência no "think tank" conservador Heritage Foundation.

Pompeo disse que os Estados Unidos suspenderiam suas sanções, se o Irã pusesse fim a seu programa de mísseis balísticos e parasse de intervir em conflitos regionais, do Iêmen à Síria.

"O Irã se verá obrigado a tomar uma decisão: brigar para manter sua economia no país, ou continuar desperdiçando preciosas riquezas nas disputas no exterior. Não terá recursos para fazer as duas coisas", garantiu.

Trump anunciou em 8 de maio a saída do acordo nuclear com o Irã - também firmado por Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia -, que considera que não foi rígido o suficiente em suas exigências com Teerã. Agora, ele quer que os demais signatários apoiem sua estratégia linha-dura.

- Doze condições -

Em vez de sugerir uma renegociação do acordo com o Irã, Pompeo descreveu 12 duras condições de Washington para qualquer "novo acordo" com Teerã, de forma a assegurar que "nunca mais terá carta branca para dominar o Oriente Médio".

Esses pontos atacam cada aspecto do programa de mísseis iraniano e o que os EUA chamam de "influência maligna" na região, incluindo o apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, ao Hezbollah e as rebeldes huthis no Iêmen.

O Irã "precisa parar com esse comportamento ameaçador contra seus vizinhos", como "suas ameaças de destruir Israel e os lançamentos de mísseis contra a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos", completou.

O secretário de Estado pediu apoio de seus aliados, na Europa e no mundo, mas reconheceu que a pressão de Washington criará "algumas dificuldades financeiras e econômicas para alguns dos nossos amigos".

"Queremos escutar suas preocupações. Mas faremos os que fazem negócios proibidos com o Irã prestarem contas", acrescentou.

Essas 12 condições "podem parecer pouco realistas", mas são demandas "básicas". "Afinal, o povo iraniano terá que tomar uma decisão sobre seus lideres", afirmou Pompeo.

"A ideia de um tratado iraniano me parece muito difícil" e "não é fácil de realizar em prazos vagamente razoáveis", alertou seu colega britânico, Boris Johnson, no âmbito de uma reunião do G20 na Argentina.

- "Não há solução alternativa -

A chefe da diplomacia europeia Federica Mogherini reagiu ao discurso de Pompeo afirmando que "não há solução alternativa" ao acordo nuclear com o Irã.

"O discurso do secretário (de Estado) Pompeo não demonstra como a retirada do Plano de Ação Conjunto (JCPOA, nome oficial do acordo nuclear iraniano) faria ou tornaria a região mais segura diante da ameaça de proliferação nuclear", disse Mogherini em comunicado.

"Não há solução alternativa ao JCPOA", afirmou depois de ouvir "atentamente" o discurso do secretário de Estado americano.

"A União Europeia está e continuará estando comprometida com a continuidade da implementação plena e efetiva do JCPOA, enquanto o Irã respeitar todos os seus compromissos relacionados com a energia nuclear, como tem feito até agora", disse.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elogiou a "posição firme" do presidente Trump, assim como a do secretário de Estado Mike Pompeo, e afirmou que esta "é a única política que pode garantir a segurança e a paz na nossa região".


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