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Estado de Minas

México lembra jornalista Javier Valdez um ano após seu assassinato


postado em 15/05/2018 22:00

Ativistas e comunicadores mexicanos lembram nesta terça-feira (15) de Javier Valdez, o reconhecido jornalista especializado em narcotráfico que foi assassinado a tiros na rua há um ano, em um crime que abalou o sindicato da categoria no México.

Valdez foi fundador do semanário Ríodoce, que é publicado em seu estado natal de Sinaloa (noroeste), correspondente do jornal "La Jornada" e colaborador da AFP durante uma década.

Se for confirmado que Huerta foi morto por seu trabalho jornalístico, seria o quarto caso em 2018, segundo a organização Repórteres sem Fronteiras e Artículo 19.

O crime "enluta não somente a comunidade jornalística, a seus radialistas e seus cinegrafistas, mas sim a sociedade em geral", declarou o procurador dessa região, Fernando Valenzuela.

Para lembrar o jornalista, que denunciava praticamente sozinho as atividades de poderosos grupos criminosos como o cartel de Sinaloa de Joaquín "El Chapo" Guzmán, agora preso em Nova York, organiza-se desde sábado um Dia Nacional de Protesto.

Colegas e amigos de Valdez participam de diferentes oficinas e atividades culturais em cidades de Sinaloa e na capital mexicana, onde também estão previstas mobilizações para esta terça-feira.

"Essa homenagem, esses eventos, esse dia nacional tem muito a lembrar para as pessoas que aí está o assassinato, que não deve ficar impune, que tem que se fazer justiça, que tem que haver punição e que seja uma mensagem também para aqueles que concebem e que ordenam esses crimes, que os crimes podem ser castigados também", disse Ismael Bojórquez, diretor e cofundador com Valdez de Ríodoce.

Valdez foi assassinado a tiros, em plena luz do dia a algumas ruas do trabalho de Ríodoce, em sua cidade-natal Culiacán.

O impacto foi brutal no México, que se encontra entre os países do mundo mais perigosos para o exercício do jornalismo, com mais de 100 comunicadores assassinados desde 2000, em crimes que permanecem, em sua imensa maioria, impunes.

Da parte do governo, que poucas vezes se pronuncia sobre o assassinato de um comunicador, o presidente Enrique Peña Nieto prometeu castigar os responsáveis.

Após quase um ano de reclamações da justiça e de silêncio das autoridades, no dia 23 de abril finalmente anunciou a primeira prisão relacionada ao assassinato e reconheceu que os primeiros depoimentos apontam que o trabalho de Valdez seria o motivo para o crime.

"A partir da análise que se fez de todo seu trabalho jornalístico dos dois anos anteriores à agressão, confirmamos que foi por uma questão contra a liberdade de expressão", disse, após a divulgação da prisão, o titular da Procuradoria especializada em crime contra a liberdade de expressão, Ricardo Sánchez-Pérez del Pozo.

Os últimos trabalhos de Valdez estiveram relacionados com as disputas dentro do cartel de Sinaloa após a recaptura de Joaquín "El Chapo" Guzmán, em janeiro de 2016, e que se aprofundaram após sua extradição para os Estados Unidos no ano seguinte.

"Há avanços, mas eles são insuficientes. Não há justiça, nís não podemos aceitar que somente com a detenção de uma pessoa se diga que a justiça foi feita", disse em Culiacán Balbina Flores, representante dos Repórteres sem Fronteiras, na companhia dos funcionários da Anistia Internacional e de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Jan Jarab, entre outros.


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