O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, disse esperar que a viagem iniciada neste domingo (13) em Pequim permita "construir um marco claro para o acordo" nuclear, após a decisão dos Estados Unidos de se retirarem.
"Esperamos que, com esta visita à China e a outros países (Rússia e União Europeia), sejamos capazes de construir um marco futuro claro para o exaustivo acordo" firmado em 2015, declarou Zarif, que hoje se reúne com o chanceler chinês, Wang Yi.
De Pequim, aonde chegou neste domingo ao meio-dia, Zarif viajará para Moscou e, depois, para Bruxelas. Na Europa, reúne-se com seus homólogos de França, Alemanha e Grã-Bretanha.
"A razão crucial dessa visita é iniciar o diálogo com as nações que permanecem no acordo sobre o programa nuclear iraniano", acrescentou Zarif.
A China faz parte do grupo de seis potências - as cinco do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) mais Alemanha - que assinaram o acordo com o Irã em 2015.
Este acordo histórico prevê a suspensão das sanções contra o Irã em troca do compromisso desse país de não fabricar uma bomba atômica.
A decisão dos Estados Unidos de se retirarem do acordo foi denunciada energicamente pela China.
"Estamos dispostos a ter discussões estratégicas oportunas com o Irã", declarou Wang Yi, na presença de Zarif.
"Estou convencido de que essas visitas permitirão aos outros países e à China compreender melhor a posição iraniana", acrescentou o chanceler chinês.
O ministro iraniano se mostrou mais prudente.
"Estamos prontos para qualquer possibilidade. Vamos ver como garantirão que os interesses do Irã sejam respeitados", afirmou Zafir, referindo-se aos países europeus signatários do acordo.
Antes da chegada de Zarif, o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang, afirmou que a China "deseja seguir em contato com todas as partes".
"A China é a primeira etapa das nações visitadas, porque ela e o Irã são sócios com vínculos muito amistosos, tanto em circunstâncias favoráveis quanto desfavoráveis", destacou Zarif.