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Estado de Minas

Opositor russo Alexei Navalny retorna a tribunais


postado em 11/05/2018 18:12

O principal opositor russo, Alexei Navalny, conseguiu nesta sexta-feira (11) alguns dias de trégua da Justiça russa, que o acusa de organizar, dois dias antes da posse de Vladimir Putin para um quarto mandato, manifestações não autorizadas que foram dispersadas pela Polícia com a ajuda de unidades paramilitares.

Detido em 5 de maio junto com mais de 1.500 manifestantes, o opositor chegou nesta sexta de manhã ao tribunal moscovita que deve julgá-lo por duas infrações: organização de manifestação não autorizada e desobediência às forças de ordem.

O tribunal Tverskoi de Moscou decidiu adiar a decisão para 15 de maio, a fim de poder ouvir os depoimentos de dois policiais, segundo um jornalista da AFP.

Navalny se expõe a uma condenação de um mês de prisão por cada acusação, segundo a lei russa.

"O que acontece no tribunal não tem a ver com a decisão. A decisão provavelmente já está tomada", assegurou Navalny após a audiência.

O líder opositor se mostrou sorridente e relaxado. "Minha expectativas são as mais felizes e maravilhosas", declarou, ironicamente, aos jornalistas.

Acostumado aos julgamentos, Navalny, de 41 anos, multiplicou nos últimos meses as manifestações para pressionar o Kremlin, após ter sido declarado inapto para participar das presidenciais de 18 de março, vencidas sem surpresa por Putin.

Sob a consigna "Não é nosso czar", o opositor pediu no sábado que seus partidários fossem às ruas. Milhares de pessoas se reuniram em muitas cidades do país.

Em Moscou ocorreram distúrbios entre manifestantes da oposição e pessoas que usavam vestimentas militares e gorros tradicionais de cossacos e gritavam a favor do Kremlin.

A Polícia usou a força para dispersar a manifestação e prendeu manifestantes, às vezes muito jovens.

Alexei Navalny foi detido pouco depois de sua chegada à manifestações em Moscou, entre os gritos dos manifestantes.

Sua última prisão ocorreu em fevereiro, após uma manifestação similar em janeiro, sem levar a processo ou condenação.

"Nos últimos tempos, os processos judiciais por manifestações acontecem de maneira anômala", declarou na sexta-feira, acrescentando que não compreende a "estratégia" das autoridades russas.

Em outubro, Navalny foi condenado a 20 dias de prisão por convocar protestos não autorizados.

- 'Abaixo o czar' -

Esta ação ocorre dias depois da tomada de posse de Putin para um quarto mandato, até 2024, 25 anos depois de sua chegada ao poder.

Na véspera da posse anterior de Vladimir Putin, em 6 de maio de 2012, uma manifestação contra o Kremlin na Praça Bolotnaya, em Moscou, terminou em confrontos com a Polícia, e vários manifestantes foram condenados.

Durante seu terceiro mandato, Putin foi mais rígido com a oposição e endureceu a lei sobre a liberdade de manifestação e a violência contra as forças de ordem.

Uma nova lei, que prevê multas e períodos de detenção para as pessoas que incitarem os menores de idade a participar de protestos não autorizados, foi apresentada na Duma, Câmara baixa do Parlamento russo, onde o partido no poder, Rússia Unida, é majoritário.

Alexei Navalny tem uma forte popularidade entre a juventude russa e suas manifestações mobilizam muitos adolescentes.

Segundo a organização OVD-Info, especializada em acompanhar as detenções, ao menos 170 menores foram detidos no sábado durante as manifestações contra o governo.

Muito presente nas redes sociais, Navalny denunciou o bloqueio do aplicativo de mensagens instantâneas Telegram, ordenado em abril pelas autoridades russas. Em 30 de abril, o opositor se manifestou com 8.000 russos contra o reforço da vigilância na Internet.

Autorizada pela Prefeitura de Moscou, esta manifestação lhe deu a oportunidade especial de falar com a multidão. "Estão dispostos a resistir?", perguntou. "Abaixo o czar!", acrescentou.


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