O Parlamento polonês votou nesta quinta-feira (10) pela redução em 20% do salário dos congressistas para tentar sufocar um escândalo pelos generosos bônus que o governo conservador aprovou conceder.
O projeto de lei, que atinge os 460 membros da Câmara baixa e os senadores, foi aprovado por 240 deputados da maioria conservadora. Houve dois votos contra e cinco abstenções, enquanto os deputados da oposição, gritando "ladrões!", não participaram.
A medida foi anunciada no mês passado pelo chefe do partido conservador no poder, Direito e Justiça (PiS), Jaroslaw Kaczynski.
Embora oficialmente seja apenas mais um deputado, Kaczynski foi considerado o artífice da estratégia e da maior parte das decisões políticas do lado conservador, que governa a Polônia desde o outono de 2015.
"Vimos que o público exige humildade, então a humildade será uma realidade", declarou o presidente do PiS a jornalistas no passado.
A indignação no país aumentou quando a mídia revelou que os ministros do PiS haviam recebido bônus de até 15 mil e 19 mil euros, quantias consideráveis em um país em que o salário médio mensal é de cerca de 1.000 euros. A remuneração de um deputado polonês é de aproximadamente 2.350 euros.
Beata Szydlo, primeira-ministra até janeiro, que aprovou os bônus, defendeu a ação alegando o "trabalho duro" de seus ministros, o que foi mal recebido pela opinião pública, como ficou evidente pela queda do PiS nas pesquisas, embora ainda sejam dominantes.
O partido conservador ordenou que os ministros entregassem seus bônus à Caritas, organização de ajuda humanitária da Igreja Católica.