A Casa Branca deseja que as inspeções das instalações nucleares do Irã continuem, apesar do anúncio do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do acordo assinado em 2015, indicou uma autoridade americana à AFP.
"Esperamos que o Irã continue implementando o Protocolo Adicional e coopere com a AIEA independentemente de o (pacto) seguir vigente ou não", indicou o funcionário do governo, em referência às inspeções conduzidas pelo Agência Internacional de Energia Atômica.
O acordo assinado entre Teerã e as principais potências mundiais em 2015 exige que o Irã abra aos inspetores qualquer instalação dentro de 24 dias e introduziu uma vigilância remota de 24 horas em alguns lugares.
Os defensores do acordo argumentam que fornece um regime de monitoramento "mais robusto" do mundo, permitindo o acesso aos sítios nucleares mais sensíveis da República Islâmica.
Ao fazer seu anúncio na terça-feira, Trump ridicularizou o acordo por falta de mecanismos para "prevenir, detectar e punir armadilhas" ou fornecer acesso imediato a locais militares suspeitos.
Ainda assim, a Casa Branca exige que tais inspeções, ainda que imperfeitas, continuem sob os auspícios da AIEA, a agência nuclear da ONU.
Os demais signatários do acordo - incluindo Teerã, China e as potências europeias - prometeram avançar com sua implementação.
Mas está claro que as autoridades estão céticas sobre quanto tempo o pacto pode sobreviver, especialmente se os Estados Unidos impuserem sanções às empresas europeias que operam no Irã.
Desde que o acordo nuclear foi alcançado em 2015, a AIEA realizou centenas de inspeções no Irã, incluindo na instalação subterrânea de Fordo dentro de uma base usada pela poderosa Guarda Revolucionária.