Jornal Estado de Minas

Líder camponês é morto na Guatemala e dirigentes culpam presidente

Uma organização camponesa da Guatemala denunciou nesta quarta-feira (9) o assassinato a tiros de um de seus líderes no leste do país e acusou o presidente Jimmy Morales de incitar o crime.

Luis Marroquín, de 47 anos, morreu ao ser atacado a tiros por duas pessoas que cobriram o rosto em uma livraria no município de San Luis Jilotepeque, a 80 km da capital, informou o Comitê de Desenvolvimento Camponês (CODECA) em um comunicado.

Marroquín era defensor de direitos humanos e "membro do núcleo central da diretoria" do CODECA, além de ser el "coordenador organizacional e político da região leste do país", informa o texto.

"Diante desse ataque covarde, o CODECA publicamente responsabiliza o presidente da República de Guatemala, o senhor Jimmy Morales, porque ele publicamente, em um discurso emitido na semana passada (...), buscou firmar o ódio e o ressentimento contra o CODECA", acrescentou comunicado.

Na quarta-feira passada, Morales fez duras críticas à organização camponesa, que em várias ocasiões pediu sua renúncia em meio a denúncias de corrupção na campanha eleitoral que o levou ao poder em 2015.

Morales acusou a CODECA de provocar a morte de uma criança durante o bloqueio de estradas em protestos contra o governo.

O porta-voz presidencial, Heinz Hiemann, disse ao jornal La Hora que Morales não pretendia fomentar ataques contra os dirigentes do CODECA e que "o que o presidente (...) manifestou foi seu repúdio às manifestações que violam os direitos dos cidadãos, como o direito de ir e vir".

.