Jornal Estado de Minas

ONU confirma tortura de detidos no caso dos estudantes de Ayotzinapa

A ONU reafirmou nesta quarta-feira a validade de um relatório que emitiu sobre casos de tortura no México contra os detidos pelo desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa, depois que o governo do país o rejeitou argumentando que ele "carece de rigor metodológico".

"O Escritório de Direitos Humanos reafirma a validade da metodologia e dos resultados de seu relatório sobre denúncias de tortura e acobertamentos no caso Ayotzinapa, após as críticas" do governo mexicano, indicou em um comunicado.

Em 15 de março, o Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas no México apresentou um relatório que concluiu que "há fortes elementos de convicção para considerar que ao menos 34 pessoas detidas durante a primeira etapa da investigação sobre o desaparecimento de 43 estudantes de Ayotzinapa (Guerrero, sul) em 2014 foram torturadas e muitas delas detidas arbitrariamente".

O relatório da ONU apontou elementos da procuradoria, da polícia federal e da Marinha como envolvidos nestas violações que "foram inadequadamente investigadas e encobertas".

O México rejeitou nesta segunda-feira o relatório da ONU argumentando que suas afirmações "foram prematuras e poderiam afetar o resultado" das investigações.

A ONU reiterou nesta quarta-feira seu pedido às autoridades mexicanas para que implementem as recomendações do relatório e afirmou que "acompanhará de perto" os resultados das investigações sobre estas violações de direitos, pois "até a data ninguém foi apontado como responsável".

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