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Estado de Minas

Primeiras aves tinham dentes, diz estudo


postado em 02/05/2018 19:30

Um animal semelhante a uma gaivota com dentes: os cientistas refinaram, nesta quarta-feira, sua descrição de uma ave fascinante no elo evolucionário entre os dinossauros e os pássaros modernos - com características do crânio de ambos.

Fósseis recém-descobertos mostram que a extinta Icthyornis dispar tinha uma boca cheia de dentes afiados e curvos como os de um dinossauro, revela uma equipe na revista científica Nature.

Mas a ponta havia sido transformada em um instrumento afiado, sem dentes e "semelhante a uma pinça" - o bico original da ave.

Este provavelmente era usado para alisar e manipular objetos depois que os braços de répteis se transformaram em asas.

"A retenção e a perfuração de presas provavelmente caíram na considerável fileira de dentes reptilianos retidos" neste dino-ave, acrescentaram os pesquisadores.

Os paleontologistas dizem que os primeiros pássaros evoluíram a partir de pequenos dinossauros emplumados, possivelmente há mais de 100 milhões de anos.

Os pássaros sobreviveram quando os grandes lagartos foram exterminados, há cerca de 65 milhões de anos, no final do período Cretáceo, durante o qual o Icthyornis dispar também viveu.

A ave marinha tinha um cérebro maior do que o de lagarto, semelhante ao das aves atuais, disseram os pesquisadores. Mas algumas partes do crânio permaneceram como as de dinossauros.

O crânio recém-modelado, reconstruído a partir dos restos fósseis de várias aves marinhas, forneceu pistas sobre "como era o bico da ave quando apareceu pela primeira vez na natureza", disse o coautor Bhart-Anjan Bhullar, paleontólogo da Universidade de Yale.

"O primeiro bico era uma ponta de pinça coberta de chifres no final da mandíbula", explicou em um comunicado da universidade.

"O restante da mandíbula estava cheio de dentes. Na sua origem, o bico era um mecanismo de precisão para agarrar que servia como uma mão substituta".

- Cérebro de ave -

Os resultados mostraram que os bicos de aves começaram a evoluir antes do que se pensava, concluiu a equipe.

O chamado bico de "transição" da ave marinha era anexado a um crânio com uma cavidade aumentada para seu cérebro mais moderno, em evolução, disse.

Mas os ossos na região da bochecha são mais parecidos com os de dinossauros, com grandes câmaras para os músculos mais fortes da mandíbula.

Isso indicou que, na evolução das aves, "o cérebro se transformou primeiro, enquanto o restante do crânio permaneceu mais primitivo e parecido com o do dinossauro", disseram os pesquisadores.

O I. dispar teria se assemelhado a uma ave marinha moderna - uma gaivota ou andorinha-do-mar. Com a boca fechada, os dentes provavelmente não eram visíveis.

Os cientistas descobriram o Ichthyornis pela primeira vez na década de 1870, mas os primeiros espécimes fossilizados estavam esmagados e incompletos.

Na época, a restauração e a montagem dos fósseis "foram, digamos, um tanto excessivamente entusiastas", escreveu o paleontologista Kevin Padian, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, em um comentário sobre o estudo.

Agora remontados, elementos anteriormente ignorados dos primeiros espécimes apareceram. Estes, junto com detalhes de quatro fósseis recentemente descobertos e bem preservados permitiram a nova reconstrução em 3-D.

Baseado em descobertas anteriores de fósseis, o Ichthyornis foi descrito com outras "aves dentadas extintas" em uma publicação de 1880 do paleontólogo americano Othniel Marsh.

Mais tarde naquele ano, Charles Darwin agradeceu-lhe pelo trabalho que descobriu "o melhor apoio à teoria da evolução".


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