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Estado de Minas

Visita de líder da Coreia do Norte à Coreia do Sul renova esperança de paz

Kim Jong Un estará no país vizinho nesta sexta-feira, quando participará de uma cúpula com o presidente Moon Jae-in


postado em 26/04/2018 09:21

(foto: ED JONES/AFP)
(foto: ED JONES/AFP)

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, fará um gesto histórico nesta sexta-feira ao visitar pela primeira vez o Sul para uma cúpula com o presidente Moon Jae-in, que busca concretizar as esperanças de paz entre os dois vizinhos.

Os dois se reunirão na linha de demarcação militar que divide a peninsula em um encontro cheio de simbolismos.

O futuro do arsenal atômico de Pyongyang estará no centro das discussões entre os dois líderes, que também poderão levantar a questão de um tratado de paz para encerrar oficialmente a guerra de 1950-1953.

Será a primeira vez que um líder norte-coreano visita o Sul desde o armistício assinado há quase 65 anos. As duas primeiras cúpulas intercoreanas, em 2000 e 2007, aconteceram em Pyongyang.

Esta reunião em Panmunjom, "o povoado da trégua", abrirá caminho para uma cúpula ainda mais esperada, algumas semanas depois, entre Kim e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Este encontro ilustra a espetacular aproximação na península desde que Kim anunciou em 1º de janeiro, para surpresa de todos, que seu país participaria das Olimpíadas de Inverno em Pyeongchang, no Sul.

Pyongyang enviou em fevereiro aos Jogos uma delegação, que incluía a irmã do líder norte-coreano, antes de propor a desnuclearização da península em troca de garantias sobre sua segurança.

Trump aceitou a proposta da Coreia do Norte de organizar um encontro, enquanto Kim foi a Pequim em março para sua primeira visita oficial ao exterior desde que chegou ao poder no final de 2011.

"Espada favorita"


Ninguém teria apostado nesse cenário no final do ano passado, quando a Coreia do Norte, que acabara de realizar seu sexto teste nuclear e multiplicava os lançamentos de mísseis, ameaçou bombardear os Estados Unidos com fogo atômico. Com uma troca de insultos entre Trump e Kim incluída.

Enquanto Pyongyang avançava na direção da energia nuclear, o Conselho de Segurança da ONU reforçou suas sanções em 2016 e 2017.

Os dados do problema - um dos mais espinhosos do mundo - são bem conhecidos: Washington pede a Pyongyang que renuncie às armas nucleares, que o regime norte-coreano apresenta como sua "espada favorita", um seguro de vida contra as ameaças americanas de invasão.

No sábado, Kim anunciou uma moratória sobre os testes nucleares e lançamentos de mísseis balísticos de longo alcance, afirmando que as metas haviam sido cumpridas.

Ele não se comprometeu com mais nada, mas isso não impediu Trump de declarar vitória em um tuíte: "Nós não cedemos em nada e eles aceitaram a desnuclearização (muito boa para o mundo), o fechamento de sítios e o fim dos testes".

Moon viu no anúncio de Pyongyang "uma decisão importante para a desnuclearização total da península coreana".

Exceto que o Norte já falou sobre moratórias e desnuclearização no passado.

"Há muitas maneiras diferentes de interpretar as formulações norte-coreanas: ao pé da letra, nas entrelinhas ou sob o prisma de suas próprias esperanças", adverte Koh Yu-hwan, professor de estudos norte-coreanos na Universidade de Dongguk.

Motivações divergentes


No entanto, os três principais atores do caso têm motivações divergentes, explica.

"O mais urgente para Trump é evitar que a Coreia do Norte se dote de um míssil intercontinental. A Coreia do Norte quer evitar bombardeios americanos e negociar na posição de potência nuclear para melhorar sua economia".

"A Coreia do Sul quer que o Norte e os Estados Unidos dialoguem para uma resolução pacífica e para retomar os vínculos intercoreanos".


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