O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que espera que a Coreia do Norte e a Coreia do Sul - tecnicamente ainda em guerra - possam encontrar o caminho para uma paz duradoura na próxima série de encontros diplomáticos.
"Esperamos ver o dia em que toda a península da Coreia possa viver unida, com segurança, prosperidade e paz", declarou Trump em entrevista coletiva na Flórida, ao lado do premier japonês, Shinzo Abe.
"Como já disse, um caminho promissor está aberto para a Coreia do Norte se ela realizar uma 'desnuclearização' completa, verificável e irreversível. Será um grande dia para eles e um grande dia para o mundo".
A cúpula prevista com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, será "algo extraordinário para a Coreia do Norte e para o mundo", avaliou Trump.
Mas o presidente fez uma advertência ao líder norte-coreano. "Se perceber que este encontro será improdutivo, não irei. Se for realizado e não der resultado, sairei respeitosamente".
Mais cedo nesta quarta-feira, o próprio Trump confirmou uma reunião secreta, em Pyongyang, entre o diretor da CIA, Mike Pompeo, e Kim Jong-Un, enquanto Seul anunciava a análise de caminhos para um possível tratado de paz com o Norte.
"A desnuclearização será uma grande coisa para o mundo, mas também para a Coreia do Norte!" - tuitou o presidente.
Uma proposta sul-coreana de abrir negociações para declarar oficialmente o fim da Guerra da Coreia (1950-53) é a mais recente de uma série de iniciativas que seriam impensáveis há alguns meses.
A guerra terminou com um simples armistício, de modo que ambos os lados ainda estão tecnicamente em conflito. A zona desmilitarizada que divide a península é repleta de minas e fortificações.
Shinzo Abe, que está na residência de Trump em Mar-a-Lago (Flórida), avaliou que "a decisão do presidente sobre a primeira cúpula EUA-Coreia do Norte foi um giro histórico" nas relações internacionais.
"Os erros do passado não devem se repetir jamais e neste ponto Trump e eu estamos totalmente de acordo".
- Apoio na questão dos japoneses sequestrados -
Na mesma entrevista, Trump prometeu ajudar Abe na questão dos cidadãos japoneses sequestrados nas décadas de 1970 e 1980 pela Coreia do Norte para treinar espiões daquele país.
"Trabalharemos muito duro neste assunto e trabalharemos duro para tentar trazer estas pessoas de volta".
A questão dos sequestros é fonte de tensão entre Japão e Coreia do Norte, e Abe recorda frequentemente a situação.
Em 2002, a Coreia do Norte admitiu o sequestro de 13 civis japoneses nos anos 70, mas Tóquio afirma que este número é maior.
O governo japonês listou 17 sequestrados, mas há suspeitas de que dezenas de cidadãos foram levados para ensinar aos espiões de Pyongyang a cultura e o idioma japoneses.
Já Abe anunciou que Japão e Estados Unidos vão iniciar discussões sobre "acordos comerciais".
"Concordamos em começar as negociações em favor de acordos comerciais livres, equitativos e recíprocos", declarou na coletiva ao lado de Trump.
Mas os dois líderes não ocultaram que estão longe de um consenso. Enquanto o Japão quer que os americanos voltem ao Acordo Transpacífico de Livre Comércio (TPP), os Estados Unidos privilegiam um acordo bilateral.
"Eles estão interessados em um acordo bilateral (...).
"Não quero voltar ao TPP, mas farei isso se me oferecerem um acordo que eu não possa rejeitar em nome dos Estados Unidos", disse Donald Trump.
"Prefiro o bilateral. Acho que é o melhor para o nosso país. Acho que é melhor para nossos trabalhadores", acrescentou.
Trump afirmou que redução do déficit comercial americano é uma de suas prioridades e lançou várias ofensivas no comércio internacional.
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