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Estado de Minas

EUA adiam retirada de tropas da Síria


postado em 16/04/2018 08:18

Washington, 16 - Declarações dadas neste domingo, 15, por autoridades dos EUA e da França indicam que tropas americanas deverão permanecer na Síria além do prazo de seis meses sugerido pelo presidente Donald Trump para seu retorno.

"Nosso trabalho na Síria não terminou", disse a embaixadora de Washington na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, em entrevista à Fox News. Em Paris, o presidente Emmanuel Macron, disse ter "convencido" Trump a abandonar a ideia de retirar os soldados. "Eu asseguro, nós o convencemos de que é preciso permanecer por enquanto", declarou o líder francês à emissora BFMTV. À noite, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que os planos de Trump continuavam sendo de retirar as tropas "o quanto antes", sem precisar uma data.

No sábado, 14, os EUA, França e Inglaterra lançaram 105 mísseis contra três instalações de produção e armazenamento de armas químicas na Síria. Em entrevistas no dia seguinte, representantes do Pentágono afirmaram que o principal objetivo dos EUA na Síria era derrotar o Estado Islâmico. No domingo, Haley ampliou o leque para incluir a proibição do uso de armas químicas e a contenção da presença do Irã na Síria.

Ao lado de Moscou, Teerã é o maior aliado externo de Assad e participa da guerra civil com milícias e integrantes da Guarda Revolucionária iraniana. A crescente presença do país xiita na Síria é vista com apreensão por Israel, principal parceiro dos EUA no Oriente Médio e contrário à saída de tropas americanas do país. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que um novo ataque do Ocidente à Síria levaria "caos" ao mundo.

Haley mencionou que o cumprimento de três metas é necessário antes da saída dos 2 mil militares americanos da Síria: garantir que as armas químicas não sejam usadas, que o Estado Islâmico seja derrotado e que iranianos não ampliem sua presença no terreno. "O Irã é uma ameaça aos interesses americanos", afirmou. "Nós não vamos voltar para casa até que saibamos que alcançamos esses objetivos." Mas a embaixadora ressaltou que um novo ataque à Síria só ocorrerá se Assad voltar a usar armas químicas. Segundo ela, o bombardeiro provocou um "golpe" no programa de armas químicas de Assad. Trump causou controvérsia ao usar no sábado o termo "missão cumprida" para elogiar a operação. A expressão foi usada em intervenções militares contestadas, como a invasão do Iraque.

Ofensiva diplomática

Enquanto mantêm a presença militar, os EUA deverão intensificar os esforços na busca de uma saída diplomática para a crise síria e aumentar a pressão sobre a Rússia, com a imposição de novas sanções ao país. As penalidades serão anunciadas hoje e terão como alvo empresas russas relacionadas à produção de armas químicas por Assad.

Os EUA também estão interessados nas negociações de paz de Genebra e na busca de uma solução política para a Síria, afirmou Haley. Criado em 2015, o processo está paralisado em razão da decisão de Assad de não participar das conversas.

O mecanismo prevê a transição de poder na Síria, com a convocação de eleições e aprovação de uma nova Constituição. O problema é que grande parte da oposição síria foi dizimada na guerra civil e não está claro quem poderia ser uma alternativa a Assad.

A ofensiva na Síria contraria a retórica adotada por Trump durante a campanha eleitoral, quando criticou as intervenções militares no Oriente Médio patrocinadas por George W. Bush. Segundo ele, os EUA deveriam retirar tropas da região e focar em seus problemas domésticos. Mas o presidente também prometeu acabar com o Estado Islâmico e tem celebrado o recuo do grupo terrorista na Síria. As informações são do jornal

O Estado de S. Paulo.

(Cláudia Trevisan, correspondente)


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