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Estado de Minas

Trump canta vitória após ataques contra alvos na Síria


postado em 14/04/2018 12:48

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou neste sábado (14) as operações militares executadas "perfeitamente" em coordenação com Grã-Bretanha e França contra alvos na Síria, apesar do agravamento da tensão com a Rússia.

"Missão Cumprida!", escreveu no Twitter, antes da reunião sobre o tema no Conselho de Segurança da ONU, convocada em caráter de urgência pela Rússia, que pediu uma condenação à "agressão" contra a Síria.

Os três países ocidentais executaram os ataques como uma resposta a um suposto ataque de armas químicas, que atribuem ao regime sírio, na semana passada, em Duma.

Um projeto de documento russo "condena a agressão contra a República Árabe Síria por parte dos Estados Unidos e de seus aliados, em violação à legislação internacional e à Carta das Nações Unidas".

Por volta de 04H00 em Damasco foi possível ouvir as explosões ao redor da capital síria, que demoraram 45 minutos, em meio ao som de aviões de combate.

Ao amanhecer, era possível observar colunas de fumaça ao norte e a leste da capital síria.

"Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de suas excelentes forças militares", escreveu Trump no Twitter.

"Não poderia ter um resultado melhor. Missão Cumprida!", completou.

- Reações diferentes -

O presidente sírio, Bashar al-Assad, se declarou mais determinado do que nunca a "lutar contra o terrorismo".

"Essa agressão apenas reforça a determinação da Síria de seguir lutando e esmagando o terrorismo", um termo que Assad utiliza para designar os rebeldes.

No Irã, o guia supremo Ali Khamenei chamou de "criminosos" os governantes de Estados Unidos, França e Reino Unido.

No Pentágono, a porta-voz Dana White afirmou que os ataques conseguiram atingir os alvos que foram estabelecidos.

O general Kenneth McKenzie afirmou que três locais que são "componentes fundamentais da infraestrutura de armas químicas do regime" foram atingidos" e que isso vai atrasar o programa sírio de armas químicas em "anos"

A Rússia afirmou que a defesa antiaérea síria interceptou 71 mísseis de cruzeiro de um total de 103 lançados pelas forças americanas, francesas e britânicas. Também informou que nenhuma vítima foi registrada.

A informação sobre a interceptação de mísseis contrasta claramente com a versão divulgada pelo Pentágono.

McKenzie disse que os mísseis sírios de interceptação foram lançados quando os ataques dos três países ocidentais já haviam acabado.

"A campanha de desinformação começou", disse White.

- Investigação da Opaq -

Em Damasco, partidários do regime de Assad se reuniram na emblemática praça dos Omeias de Damasco. Alguns estavam sorridentes e faziam o V da vitória, exibiam bandeiras sírias, tiravam selfies e cantavam em homenagem ao presidente sírio.

Essas pessoas consideraram os bombardeios ocidentais um sinal da vitória do regime, que recuperou o reduto insurgente de Ghuta Oriental, nas proximidades de Damasco.

"A história mostrará que a Síria derrubou os mísseis, mas não apenas isto. Derrubou a arrogância americana", afirmou Nedher Hamud, de 48 anos.

A imprensa estatal síria anunciou a entrada das forças de segurança do regime em Duma, o último bastião rebelde em Ghuta.

Os insurgentes do grupo Jaish al-Islam aceitaram abandonar esta cidade, um dia depois do suposto ataque químico atribuído ao regime sírio pelas potências ocidentais.

O suposto ataque químico de 7 de abril deixou mais de 40 mortos em Duma, de acordo com os serviços de emergência da cidade. O regime sírio e a Rússia negam qualquer envolvimento.

As autoridades de Damasco denunciaram uma "agressão bárbara e brutal" e acusaram as potências ocidentais de uma tentativa de obstruir uma missão da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), que, neste sábado, deve iniciar uma investigação sobre o suposto ataque químico.

A Opaq afirmou que sua equipe de investigadores seguirá com a missão na Síria "para estabelecer os fatos relativos às acusações de uso de armas químicas em Duma".

- Resposta proporcional-

Os três países ocidentais justificaram as ações militares como uma resposta ao uso de armas químicas.

O governo francês anunciou que os bombardeios destruíram "boa parte do arsenal químico" da Síria, mas alertou que outra "intervenção militar" acontecerá no caso de um novo ataque químico.

"Está claro que o regime de Assad não aprendeu a lição do ano passado", afirmou o secretário de Defesa americano, o general Jim Mattis, ao recordar o bombardeio de abril de 2017 contra uma base militar próxima a Homs em represália a um ataque químico atribuído a Damasco, que deixou mais de 80 mortos em Khan Sheikhun (noroeste) alguns dias antes.

"Fomos muito precisos e a resposta foi proporcional", completou, antes de informar que o ataque utilizou o dobro de munições em relação ao ano passado.

"É uma represália correta e legal", afirmou a primeira-ministra britânica, Theresa May, alvo de críticas dos partidos de oposição e ONGs em seu país.


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