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Estado de Minas

Combate à corrupção e crítica à Venezuela dominam Cúpula das Américas


postado em 13/04/2018 23:12

A luta contra a corrupção e a crise na Venezuela dominam a Cúpula das Américas, iniciada na noite desta sexta-feira (13) em Lima, com críticas ao regime do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

O presidente peruano, Martín Vizcarra, abriu a Cúpula pouco depois de os Estados Unidos terem proposto "mais sanções" contra o governo de Maduro, e anunciarem uma ajuda aos refugiados.

"Decidimos nos congregar hoje com o objetivo de adotar compromissos concretos para fortalecer a governabilidade democrática e lutar contra a corrupção", disse Vizcarra ao inaugurar a Cúpula, no Grande Teatro Nacional de Lima, na presença de governantes e representantes de 33 países.

"Sete a cada dez habitantes do hemisfério têm pouca ou nenhuma confiança em seus governos; e mais da metade dos cidadãos avalia como ruim o desempenho de suas autoridades na luta contra a corrupção", declarou o presidente peruano.

"Adotaremos ações concretas para incrementar a transparência em obras públicas e no financiamento dos partidos políticos, além de solicitar ao setor privado um maior compromisso na luta contra a corrupção", acrescentou Vizcarra.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse na abertura da Cúpula que "a corrupção é uma doença hereditária, autoimune", mas não é um mal da democracia.

"Não é devido à democracia, e sim graças a ela que o problema (da corrupção) se ventila com maior franqueza. É preciso combater a doença e não o sistema" democrático.

"Não há país no mundo que tenha corrupção zero, alguns têm mais que outros, mas devemos vencer isto. A primeira boa notícia é que estamos enfrentando a questão em todo o continente", disse Almagro, citando os julgamentos e as reformas legais envolvendo os escândalos Odebrecht e Panama Papers.

- Venezuela -

O vice-presidente americano, Mike Pence, que assiste à Cúpula no lugar do presidente Donald Trump, disse que Washington promove "mais sanções" para isolar o governo Maduro e anunciou uma ajuda adicional de 16 milhões de dólares para os refugiados venezuelanos.

Buscamos "sanções adicionais, mais isolamento e mais pressão diplomática, começando por nosso hemisfério, mas também por todo o mundo para reconhecer que a Venezuela é uma ditadura", disse Pence.

"Estamos com vocês", declarou Pence ao transmitir uma mensagem de Trump a um grupo de opositores venezuelanos em Lima, quando anunciou uma ajuda humanitária adicional para cobrir as necessidades básicas dos refugiados no Brasil e na Colômbia.

O presidente chileno, Sebastián Piñera, declarou que "não há dúvida de que na Venezuela não existe democracia, não existe o Estado de direito, não há respeito aos direitos humanos ou estão organizando eleições limpas".

"Nenhum país ou pessoa que realmente se compromete com valores e princípios democráticos pode reconhecer uma eleição que não está seguindo as regras básicas de uma eleição democrática".

Em Lima, as delegações responsáveis pela elaboração da declaração final da Cúpula tentam dar fim às divergências e chegar a uma fórmula aceitável para todos sobre a Venezuela. Segundo fontes próximas à negociação, poderia haver um consenso para incluir a formulação "os resultados das eleições carecem de legitimidade e de credibilidade", em vez de não reconhecer o resultado do pleito, como propõem os 14 países do Grupo de Lima.

O chanceler chileno, Roberto Ampuero, que se reuniu na embaixada do Chile em Lima com os deputados venezuelanos Luis Florido e Sergio Vergara, afirmou em declaração que "é importante para o Chile que haja eleições livres, com garantias para todos".

"Se isso não acontecer, as eleições são ilegítimas, não são válidas e não serão reconhecidas nem pelo Chile, nem pela comunidade internacional", garantiu.

O Chile, terceiro maior destino de venezuelanos depois de Colômbia e Espanha, acaba de criar um "visto de responsabilidade democráticas" para os venezuelanos que "fogem do país buscando democracia e prosperidade".

Em Quito, o presidente Lenín Moreno confirmou o assassinato em cativeiro dos jornalistas e do motorista do jornal El Comercio, que tinham sido sequestrados em 26 de março na fronteira com a Colômbia, por um grupo dissidente da ex-guerrilha Farc.

Santos condenou o crime e, de Lima, manifestou seu respaldo ao Equador "para que os responsáveis por este crime sejam levados à Justiça".

- Ivanka Trump, ativista -

Ivanka Trump, filha mais velha de Donald Trump, anunciou na Cúpula Empresarial um plano de 150 milhões de dólares para inserir mulheres na economia latino-americana.

"Para cada dólar que investirmos, o setor privado mobilizará mais três", disse ela, que espera alcançar os 500 milhões de dólares para fomentar o "acesso ao capital, ao trabalho e às oportunidades" das mulheres.

Quando uma mulher é bem sucedida, "a família, a comunidade e o país também são", justificou.

Ivanka e seu marido Jared Kushner fazem parte da delegação dos Estados Unidos na cúpula em Lima, liderada pelo vice-presidente Mike Pence.

A iniciativa dela se soma ao compromisso de oito multinacionais, com iniciativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do #100KChallenge para capacitar, conectar e certificar mais de 100 mil mulheres de empresas das Américas para 2021.

Na época do #Metoo, empresários, políticos, jornalistas e analistas analisaram, ao longo de dois dias, formas de incentivar a vocação empresarial das mulheres da região - que conta com apenas 12% de mulheres em cargos de chefia.

O Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina cresceria 2,5 bilhões de dólares se a diferença entre gêneros na participação da força de trabalho fosse completamente eliminada, garantem os organizadores da Cúpula Empresarial.

- Canadá propõe aproximação -

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, advogou, nesta sexta, em Lima, pela construção de "pontes" entre os países do continente para estimular o crescimento econômico.

"A ideia de construir pontes é importante, porque essa é a forma como avançamos como líderes na política, nos negócios e na sociedade", disse Trudeau ao falar na Cúpula Empresarial.

"A Organização dos Estados Americanos (OEA), a Cúpula das Américas são exemplos disso. De construir pontes, compartilhar ideias, trabalhar em conjunto para criar crescimento nas Américas", comentou.


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