O presidente executivo (CEO) do Facebook revelou nesta quarta-feira, que está entre os 87 milhões de usuários do Facebook que tiveram suas informações coletadas pelo quiz This is your digital life, criado pelo pesquisador Aleksandr Kogan e depois vendidos à empresa de inteligência Cambridge Analytica. A revelação foi feita pelo executivo durante audiência na Câmara dos Deputados nos Estados Unidos, onde o executivo enfrenta maior pressão do que na audiência realizada ontem no Senado.
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Zuckerberg diz a Congresso dos EUA lamentar abuso de dados no Facebook"Foi erro meu", diz Zuckerberg ao Congresso americano sobre uso de dados do FacebookParlamento Europeu exige presença de presidente do FacebookA informação foi revelada pelo executivo ao responder a pergunta da deputada Anna Eshoo, que representa o Vale do Silício. É a primeira vez que o executivo menciona que seus dados pessoais foram coletados pelo aplicativo. Como na época que o aplicativo foi criado, a plataforma do Facebook permitia o acesso a dados pessoais de amigos, não é possível saber quantas pessoas conectadas ao perfil de Zuckerberg tiveram seus dados coletados também por Kogan: o número de amigos do executivo não é exibido em seu perfil no Facebook, somente o número de seguidores, ao contrário dos perfis comuns.
O executivo está enfrentando forte pressão na Câmara dos Deputados nessa quarta-feira, 11, um dia depois de ter passado por uma audiência mais fácil no Senado americano. Desde o início da sessão, os deputados têm sido bastante agressivos nas perguntas ao executivo, que em vários momentos se mostrou incomodado com os questionamentos. Alguns deputados, para otimizar o tempo de quatro minutos de questionamento, pediram a Zuckerberg para que ele respondesse apenas sim ou não às perguntas. O executivo se mostrou irritado quando isso aconteceu.
Em sua fala, a deputada Anna Eshoo afirmou que os "danos do Facebook à democracia são incalculáveis" e questionou o executivo se ele sente uma responsabilidade moral em construir uma plataforma para proteger a democracia. Ele respondeu apenas que sim.
(Bruno Capelas e Claudia Tozetto).