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Estado de Minas

África do Sul volta a homenagear 'Mama' Winnie Mandela


postado em 11/04/2018 15:36

Milhares de sul-africanos realizaram nesta quarta-feira (11) em um estádio de Soweto uma nova e emotiva homenagem ao polêmico ícone da luta contra o apartheid Winnie Mandela, ex-esposa do presidente Nelson Mandela.

"Foi uma mulher extraordinária, mãe, soldado, combatente (...) Achei que viveria eternamente", disse à multidão um de seus muitos netos, Bambatha Mandela.

A encarnação, junto com seu ex-marido, da luta pela libertação da maioria negra do país contra a segregação racial, Winnie Madikizela Mandela faleceu em 2 de abril, aos 81 anos, após "uma longa doença".

A África do Sul decretou luto nacional até sábado, quando acontecerá o funeral oficial.

Como um ensaio do grande acontecimento, que será presidido pelo chefe de Estado, Cyril Ramaphosa, houve uma primeira cerimônia oficial no fim da manhã desta quarta-feira no emblemático estádio de Orlando, um dos bairros de Soweto.

Durante os 27 anos de prisão de Nelson Mandela, "Mama Winnie" se tornou o ícone da luta contra o apartheid. Sozinha, resistiu às perseguições do regime, custódias, prisões domiciliares e agressões.

Sua foto, de mãos dadas com Nelson quando saiu da prisão de Robben Island em 1990, simbolizou a vitória do Congresso Nacional Africano (CNA) sobre o regime branco de Pretória.

"Lembro dela. Estava lá em 1974 quando ia às escolas e nos dizia que devíamos nos manifestar", contou à AFP uma das presentes, Lilian Motgung, que mora no bairro de Zakariyya Park. "Para nós era uma heroína".

"Não sei para onde a África do Sul irá sem ela, ninguém poderá substituí-la", se preocupa o sacerdote John Moletsane.

Em meio a cânticos e de um mar de bandeiras verde, amarela e preta da CNA, parentes, militantes e dirigentes políticos compareceram ao estádio para honrar sua memória.

"Lembro o dia em que fomos presas", recordou Rita Ndzanga, causando um forte aplauso.

O vice-presidente da África do Sul, David Mabuza, concluiu a cerimônia com um elogio grandiloquente. "É a porta-bandeira da nossa libertação", assinalou, "inclusive, se não te vemos mais, a fortaleza negra da dignidade humana não poderá desaparecer do coração da África".

No entanto, em meio aos muitos elogios, não houve menção à outra "Winnie", que provocou a reprovação de alguns de seus companheiros de viagem por seus chamados à violência e duros métodos de seus guarda-costas.


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