Os países desenvolvidos deveriam se abrir à mão de obra imigrante para conter a constante redução de sua população ativa e uma eventual desaceleração econômica pelo envelhecimento da população, sugeriu nesta segunda-feira (9) o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Embora receber imigrantes trazer problemas e potencialmente despertar dificuldades políticas, também poderia ser algo benéfico para os países receptores", apontou a entidade um dos documentos anteriores à sua assembleia com o Banco Mundial.
Para os peritos do Fundo, embora existam políticas para integrar melhor setores marginalizados do mercado de trabalho - como mulheres e idosos -, as economias avançadas não poderão combater a retração econômica ativa provocada pelo envelhecimento da força de trabalho.
O documento foi divulgado quando diversas economias desenvolvidas são abaladas por um forte movimento antiimigração.
Esta realidade permitiu o triunfo de uma aliança de ultra direita na Itália e uma nova vitória do nacionalismo na Hungria, enquanto nos Estados Unidos o presidente Donald Trump levanta sua retórica agressiva contra imigrantes.
Na semana passada, Trump anunciou a mobilização de tropas da Guarda Nacional na fronteira com o México para reforçar a vigilância contra a chegada de imigrantes.
A Organização das Nações Unidas já alertou que a população dos países desenvolvidos se reduzirá quase à metade em meados do século atual.
De acordo com o documento do FMI divulgado nesta segunda, as pessoas que integram atualmente a população economicamente ativa terão que sustentar "em poucas décadas" quase o o dobro das pessoas de idade avançada que atualmente.
"Se não houver mais pessoas que participem do mercado de trabalho, o envelhecimento da população poderia frear o crescimento das economias avançadas, e em muitos casos colocar em risco a sustentabilidade de seus sistemas de previdência social", apontou.
"Políticas migratórias mais restritivas exacerbam significativamente o efeito negativo que o envelhecimento da população tem sobre a participação do mercado de trabalho".