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Estado de Minas

Príncipe herdeiro saudita realiza visita oficial à França


postado em 09/04/2018 15:06

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, iniciou nesta segunda-feira uma visita oficial à França, dominada por questões diplomáticas em um contexto explosivo no Oriente Médio.

A visita do príncipe de 32 anos à Estação F, a maior incubadora de empresas digitais do mundo, marcada para esta segunda com o primeiro-ministro Edouard Philippe, foi cancelada no domingo à noite.

Esta mudança de programa ilustra a virada mais diplomática do que econômica ou cultural da visita, com a qual ambos os países buscam estreitar seu relacionamento bilateral.

Os dois homens almoçaram em Matignon, a residência oficial do primeiro-ministro.

O príncipe, que foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, em sua chegada à França no domingo, deve se reunir novamente com o chefe da diplomacia francesa esta tarde.

Mohamed bin Salman, que também ocupa o cargo de ministro da Defesa, vai se reunir duas vezes com sua colega francesa, Florence Parly, entre segunda e terça-feira.

Os dois irão para a residência do príncipe herdeiro, chamado a reinar em um país chave no Oriente Médio, poderoso regime autoritário e conservador, envolvido nas numerosas crises que abalam a região.

No domingo à noite, o príncipe, que chegou dos Estados Unidos, jantou com o presidente francês Emmanuel Macron no famoso museu do Louvre, no coração de Paris.

Os dois homens, que marcam com sua juventude uma mudança de geração em seus respectivos países, falaram sobre temas de "interesse comum, antes das conversações oficiais na terça-feira", segundo a presidência francesa.

- Irã, Síria, Líbano -

Mohamed bin Salman conclui na França um grande giro internacional que o levou ao Egito, Reino Unido e aos Estados Unidos, seu aliado histórico.

A inimizade entre Riad e Teerã será, sem dúvida, um dos pontos mais sensíveis da agenda diplomática desta visita.

Mohamed bin Salman apoia a posição de Washington que quer rever o acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano e do qual ameaça se retirar antes de 12 de maio.

A França e os europeus em geral esperam salvar o acordo, e Emmanuel Macron tentará convencer o príncipe a seguir o mesmo caminho.

A agenda diplomática desta visita também inclui várias questões candentes na zona de influência saudita.

Além do Iêmen, há a crise síria, com o suposto ataque químico em Duma, a questão libanesa, com eleições legislativas marcadas para maio, e a violência entre israelenses e palestinos em Gaza.

- Direitos Humanos -

Várias ONGs convocaram protestos contra esta visita. Muitos denunciam a venda de armas francesas que causariam vítimas civis na guerra no Iêmen, onde Riad enfrenta os rebeldes huthis, que contam com o apoio do Irã.

A Anistia Internacional publicou no jornal Libération uma chamada à Macron para tratar da questão dos "direitos humanos com o príncipe". "A Arábia Saudita é o terceiro país que mais executa prisioneiros", aponta a ONG.

Em outra questão, ambos os países poderiam anunciar a cooperação no campo cultural. Na terça-feira, vão assinar um acordo para o desenvolvimento turístico e cultural da região de Al-Ula (norte), rica em zonas arqueológicas e paisagens excepcionais.

Os ministérios da Cultura dos dois países anunciaram que a França ajudará a Arábia Saudita a criar uma orquestra e uma ópera no país.

O reino ultraconservador também participará em maio pela primeira do Festival de Cannes, numa participação simbólica, com a exibição de nove curtas e a organização de encontros profissionais.


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