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Estado de Minas

Polêmico Viktor Orban disputa terceiro mandato na Hungria


postado em 07/04/2018 20:54

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, um dos dirigentes mais polêmicos da União Europeia, sai como favorito para obter, no domingo, um terceiro mandato consecutivo e consolidar um poder que transformou profundamente a Hungria, limitando certas liberdades.

As pesquisas preveem uma vantagem de entre 20 e 30 pontos para seu partido nacionalista conservador Fidesz, e a principal incógnita é a magnitude da vitória: há quatro anos conseguiu uma maioria significativa no parlamento, mas desta vez pode ter de se contentar com uma maioria relativa.

No poder desde 2010, Orban, de 54 anos, chamou seus partidários, em seu último discurso de campanha, na sexta-feira à noite, a se manterem mobilizados até o fim.

"Não basta chegar em primeiro nas pesquisas: é preciso chegar primeiro no dia da votação", ressaltou, lembrando que apesar de ter partido como favorito no final de seu primeiro mandato (1998-2002), acabou perdendo aquelas legislativas.

Admirado pelas direitas populistas europeias e criticado pelos que o acusam de deriva autoritária, o primeiro-ministro húngaro, que se tornou um paladino da luta contra a imigração na Europa, quer tornar "irreversíveis" as transformações que impulsou desde seu retorno ao poder.

O presidente do Partido Popular Europeu (PPE) - do qual o Fidesz faz parte - no Parlamento Europeu, Joseph Daul, considerou que Orban "continuará levando estabilidade e prosperidade aos cidadãos húngaros".

Mas a oposição, que denuncia o clientelismo e a decadência dos serviços públicos, guarda a esperança de capitalizar o cansaço de uma parte dos eleitores ante os discursos de ódio do dirigente contra o bilionário americano de origem húngara Georges Soros e a "ameaça" migratória, obsessões de sua campanha.

Em fevereiro, um candidato opositor ganhou, para surpresa de todos, as municipais em um bastião do Fidesz, Hodmezovasarhely, o que provocou um terremoto no partido.

"A lógica diz que Fidesz ganhará, mas existe potencialmente uma surpresa", diz à AFP o cientista político Gabor Torok.

O entorno de Orban é alvo de uma série de acusações de corrupções, ante as quais a formação de ultradireita Jobbik se apresenta como o partido das "mãos limpas". No entanto, a ausência de pactos entre esta formação e uma esquerda fragmentada faz com que o Fidesz conserve todas suas possibilidades de vitória, segundo analistas.

Admirador do presidente russo Vladimir Putin e defensor da "democracia iliberal" - como foi chamada nos últimos anos esta mistura de culto ao homem, exaltação nacionalista e limitação de certas liberdades em nome do interesse nacional -, Orban exerce há oito anos um estilo de governo com controle crescente sobre a economia, os meios de comunicação e a justiça.

Estas reformas prejudicam o Estado de direito e implicaram em um retrocesso dos valores democráticos, criticam a oposição e um grande número de observadores internacionais.

Orban também multiplicou os atritos com a União Europeia, em particular sobre a questão da imigração.

A Hungria é um dos principais beneficiários dos fundos estruturais europeus, destinados a facilitar a convergência das zonas mais atrasadas, que contribuíram para a reativação econômica após a crise do final dos anos 2000.

Este bom balanço econômico foi um dos principais argumentos do governo em uma campanha durante a qual o primeiro-ministro não participou de nenhum debate, fazendo apenas aparições públicas cuidadosamente encenadas.


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