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Estado de Minas

Gaza: 16 palestinos são mortos em confronto com Exército israelense


postado em 30/03/2018 22:06

Pelo menos 16 palestinos da Faixa de Gaza foram mortos nesta sexta-feira (30) por soldados israelenses durante um encontro na fronteira entre milhares de manifestantes palestinos e o Exército israelense, que degenerou em confrontos em vários lugares do enclave.

De acordo com o Ministério da Saúde em Gaza, mais de 1.400 pessoas ficaram feridas nos confrontos. O primeiro palestino foi morto por tiros da artilharia israelense no início da manhã, mesmo antes do início dos protestos.

Em um discurso nesta sexta, o presidente palestino, Mahmud Abbas, atribuiu a Israel toda responsabilidade pelas mortes.

Os palestinos e a Turquia acusaram Israel de "uso desproporcional" da força. A Liga Árabe classificou o ato de "selvagem".

O Crescente Vermelho Palestino identificou mais de 350 manifestantes feridos por tiros de soldados israelenses perto da fronteira, palco de confrontos frequentes entre habitantes do enclave sob cerco e soldados israelenses.

Dezenas de milhares de manifestantes, incluindo mulheres e crianças, reuniram-se em vários pontos da fronteira para "a grande marcha de retorno", um movimento de protesto que deve durar seis semanas para exigir o "direito de retorno" para os refugiados palestinos e denunciar o estrito bloqueio a Gaza.

"A grande marcha do retorno" foi lançada por ocasião do "Dia da Terra", que marca a cada 30 de março a morte em 1976 de seis árabes israelenses durante manifestações contra o confisco de terras por Israel. Os árabes israelenses são descendentes dos palestinos que permaneceram em suas terras após a criação do Estado de Israel em 1948.

Os palestinos e a Turquia denunciaram o "uso desproporcional" da força por Israel.

- "Pneus queimados" -

Um porta-voz do Exército israelense estimou em 30 mil o número de palestinos em manifestações em "seis locais" na Faixa de Gaza nesta sexta-feira.

No final do dia, o Exército israelense indicou que atacou três posições do Hamas na Faixa de Gaza em resposta a uma tentativa de ataque contra soldados por manifestantes.

Militares e políticos israelenses alertaram que o Exército não hesitaria em atirar, caso os palestinos tentassem se infiltrar no território israelense.

"O Exército israelense impôs uma zona militar fechada ao redor da Faixa de Gaza. Qualquer atividade neste setor requer sua autorização", disse o porta-voz do Exército.

Os manifestantes "rolam pneus queimados e atiram pedras contra a cerca de segurança e tropas israelenses, que recorrem a meios antimotins e disparam contra os principais líderes", acrescentou.

Organizada oficialmente pela sociedade civil, "a marcha do retorno" é apoiada pelo Hamas, o movimento islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza.

Israel e o Hamas travaram três guerras no enclave palestino desde 2008 e observam desde 2014 um tenso cessar-fogo.

- "Provocação" -

O ministro israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, alertou que "centenas de franco-atiradores (israelenses)" foram posicionados na fronteira.

"A liderança do Hamas está brincando com suas vidas", escreveu Lieberman em árabe em sua conta no Twitter, dirigindo-se aos habitantes do território palestino.

"Todos aqueles que se aproximarem da barreira (de segurança) se colocarão em perigo. Sugiro que continuem suas vidas diárias e não participem de uma provocação", acrescentou.

Logo cedo esta manhã, antes do início da "marcha de retorno", um agricultor palestino de 27 anos foi morto pela artilharia israelense perto de Khan Yunis, no sul do enclave.

Um porta-voz do Exército israelense explicou que dois "suspeitos" se aproximaram da barreira e que tanques dispararam em sua direção.

Enquanto o Estado de Israel celebrará em maio seu 70º aniversário, os palestinos ainda aguardam a criação de seu Estado, mais incerto do que nunca.

O direito ao retorno dos refugiados continua sendo uma exigência fundamental dos palestinos e, para os israelenses, um grande obstáculo à paz.

O status de Jerusalém também é um ponto importante de tensão, ainda mais desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu reconhecer a cidade como a capital de Israel e transferir a embaixada americana para lá.

Tomada em 6 de dezembro, esta decisão seguida do anúncio da transferência da embaixada americana em meados de maio enfureceu os palestinos, que querem fazer de Jerusalém Oriental, anexada por Israel, a capital do Estado a que aspiram.


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