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Estado de Minas

Morre policial que trocou de lugar com reféns em supermercado na França

O agressor executou o massacre em um violento percurso que culminou em uma tomada de reféns em um supermercado em Trèbes, no Sul do país


postado em 24/03/2018 11:28 / atualizado em 24/03/2018 11:35

(foto: AFP PHOTO / GENDARMERIE NATIONALE)
(foto: AFP PHOTO / GENDARMERIE NATIONALE)
Morreu neste sábado o tenente-coronel Arnaud Beltrame, de 45 anos, que se ofereceu para ficar no lugar de reféns durante o atentado reivindicado pelo Estado Islâmico (EI) em um supermercado no Sul da França nessa sexta-feira. O agressor foi abatido pelas forças de segurança. Com a morte de Beltrame, o número de óbitos de vítimas no ataque chega a quatro. 

 

O autor do ataque, cometido em várias etapas entre as cidades de Carcassonne e Trèbes, foi identificado como Radouane Lakdim, um francês nascido no Marrocos (em Taza, norte), de 25 anos. Atuou sozinho e era conhecido por "pequena delinquência", declarou à imprensa o ministro francês do Interior, Gérard Collomb.


O agressor disse estar "disposto a morrer pela Síria" e pediu durante os ataques "a libertação dos irmãos", segundo o procurador antiterrorista de Paris, François Molins. Entre os nomes que citou está, segundo uma fonte com acesso à investigação, o de Salah Abdeslam, único membro ainda vivo dos comandos que executaram os ataques de 13 de novembro de 2015 em Paris. Abdeslam está preso na capital francesa.


O grupo extremista Estado Islâmico rapidamente reivindicou o ataque por meio de sua agência de propaganda Amaq. "O homem (...) é um soldado do Estado Islâmico, que atuou em resposta a uma convocação" a agir "contra os países-membros da coalizão" internacional contra o grupo no Iraque e na Síria, segundo um comunicado postado na rede social Telegram.


A França participa da coalizão militar internacional que intervém na Síria e no Iraque contra o Estado Islâmico.


Vigiado por contactar pessoas ativas na Internet da esfera extremista, Radouane Lakdim esteve na prisão por crimes do direito comum. Em sua saída, voltou a ser vigiado, mas não mostrou sinais "que pudessem pressagiar um passo à ação terrorista", assinalou Molins em coletiva de imprensa.


O procurador também anunciou que uma mulher próxima a Lakdim, com quem compartilhava a vida, foi detida nesta sexta no fim da tarde.


Ataque em três etapas


O agressor executou o massacre em um violento percurso que culminou em uma tomada de reféns em um supermercado.


Radouane Lakdim "roubou primeiro um automóvel em Carcassonne, matando o passageiro e ferindo o motorista". Um pouco mais longe, disparou e feriu levemente um policial que voltava de uma corrida com outros agentes perto de um quartel.


Alguns minutos mais tarde, às 11h15 locais, entrou no supermercado de Trèbes e matou um funcionário e um cliente. No estabelecimento havia cerca de 50 pessoas, segundo Molins.


Quando os gendarmes chegaram, o  tenente Arnaud Beltrame, se ofereceu como refém em troca que o agressor libertasse civis. O gendarme deixou "seu telefone aberto" sobre uma mesa, o que permitiu a seus colegas ouvir o que acontecia dentro do local.


Às 14h20, Radouane Lakdim disparou contra o gendarme, ferindo-o em duas ocasiões. Foi então que as forças especiais intervieram. Durante a operação, mais dois gendarmes ficaram feridos.


Christian Guibbert, um policial aposentado, contou à AFP ter visto "um indivíduo muito exaltado que tinha uma pistola, uma faca e que gritava 'Allahu Akbar'".


"Eu estava a cinco metros", contou um segurança do supermercado, que preferiu permanecer anônimo. "Disparou contra mim duas vezes. Atirava mal", disse, indicando que "retirou as pessoas por trás". O governo de Portugal informou à noite que havia um cidadão português entre os feridos graves.


França em alerta


A França continua em alerta depois de uma série de atentados, desde o ataque contra a sede do semanário satírico Charlie Hebdo em janeiro de 2015 e que deixou 12 mortos.


A onda de atentados extremistas deixou um total de 238 mortos e centenas de feridos em 2015 e 2016. Vários desses ataques, ou tentativas de ataques, tiveram como alvos militares e policiais.


As autoridades temem novos atentados apesar do aumento das medidas de segurança instauradas pelo governo, cujo sinal mais visível é a mobilização de 10 mil militares em ruas, estações e locais turísticos.


O ataque anterior reivindicado na França pelo EI ocorreu em Marselha, em 1º de outubro. Nesse dia, um tunisiano de 29 anos, Ahmed Hanachi, matou dois jovens na estação Saint-Charles ao grito de "Allahu Akbar", antes de ser abatido por militares.


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