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Estado de Minas

Três mortos em ataque reivindicado pelo EI na França


postado em 23/03/2018 18:30

Ao menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta sexta-feira (23), no sul da França, em um atentado reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) e executado por um homem que foi abatido pelas forças de segurança. Ele ficou entrincheirado durante várias horas em um supermercado.

"Nosso país sofreu um ataque terrorista islamita", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, após uma reunião de crise.

O autor deste ataque, cometido em várias etapas entre as cidades de Carcassonne e Trèbes, foi identificado como Radouane Lakdim, um francês nascido no Marrocos (em Taza, norte), de 25 anos. Atuou sozinho e era conhecido por "pequena delinquência", declarou à imprensa o ministro francês do Interior, Gérard Collomb.

Uma mulher que morava com ele foi detida para ser interrogada, anunciou o procurador de Paris, François Molins, encarregado de investigações antiterroristas.

O grupo extremista EI rapidamente reivindicou o atentado por meio de sua agência de propaganda Amaq.

"O homem (...) é um soldado do Estado Islâmico, que atuou em resposta a uma convocação" a agir "contra os países-membros da coalizão" internacional contra o grupo no Iraque e na Síria, segundo um comunicado postado na rede social Telegram.

Vigiado por contactar pessoas ativas na Internet na esfera extremista, Radouane Lakdim esteve na prisão por crimes do direito comum. Em sua saída, voltou a ser vigiado, mas não mostrou sinais "que pudessem pressagiar um passo à ação terrorista", assinalou em coletiva de imprensa o procurador de Paris, François Molins.

- Ataque em três etapas -

O agressor executou o massacre em um violento percurso que culminou em uma tomada de reféns em um supermercado.

No terceiro e último local do ataque, um supermercado da localidade de Trèbes, "entrou gritando 'Allahu Akbar' e indicando que era um soldado do Estado Islâmico disposto a morrer pela Síria", explicou Molins.

O procurador também anunciou que uma mulher "próxima (de Radouane Lakdim), com quem compartilha sua vida", foi detida nesta sexta no fim da tarde.

A Polícia realizou uma operação em Carcassonne, onde o agressor morava.

Radouane Lakdim "roubou primeiro um automóvel em Carcassonne, matando o passageiro e ferindo o motorista". Um pouco mais longe, disparou e feriu levemente um policial que voltava de uma corrida com outros agentes perto de um quartel.

Alguns minutos mais tarde, às 11h15 locais, entrou no supermercado e matou um funcionário e um cliente. No estabelecimento havia cerca de 50 pessoas, segundo Molins.

No interior, fez uma mulher de refém, enquanto outros conseguiram fugir. Quando uma equipe de gendarmes chegou, um tenente-coronel de 45 anos, Arnaud Beltrame, se ofereceu como refém em troca da libertação dos civis.

Às 14h30, o oficial ficou "gravemente ferido" pelos disparos do agressor, desembocando na ação das forças de elite da Gendarmeria, detalhou Collomb, que saudou seu "heroísmo".

Um último balanço do atentado fala em três mortos e cincos feridos, dois deles em estado crítico.

Uma das pessoas mortas é "um cidadão português", declarou à AFP um porta-voz do governo em Lisboa.

- Escondidos em uma câmara frigorífica -

Um cliente do supermercado assegurou à rádio FranceInfo que "um homem gritou e começou a atirar várias vezes". "Vi a porta de uma câmara frigorífica e pedi às pessoas que se escondessem ali. Éramos 10 e ficamos por uma hora. Houve mais disparos e saímos pela porta de emergência traseira", contou.

Este atentado reivindicado pelo EI seria o primeiro importante desde a eleição de Macron, em maio de 2017.

A França continua em alerta depois de uma série de atentados, desde o ataque contra a sede do semanário satírico Charlie Hebdo em janeiro de 2015 e que deixou 12 mortos.

A onda de atentados extremistas deixou um total de 238 mortos e centenas de feridos em 2015 e 2016. Vários desses ataques, ou tentativas de ataques, tiveram como alvos militares e policiais.

As autoridades temem novos atentados apesar do aumento das medidas de segurança instauradas pelo governo, cujo sinal mais visível é a mobilização de 10 mil policiais e militares em ruas, estações e locais turísticos.

O ataque anterior reivindicado na França pelo EI ocorreu em Marselha, em 1º de outubro. Nesse dia, um tunisiano de 29 anos, Ahmed Hanachi, matou dois jovens na estação Saint-Charles ao grito de "Allahu Akbar", antes de ser abatido por militares.


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