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Estado de Minas

Regine sírio já controla 90% do território rebelde de Ghuta Oriental


postado em 23/03/2018 18:30

O governo sírio já controlava nesta sexta-feira (23) 90% do território rebelde de Ghuta Oriental, às portas de Damasco, depois de esvaziar, com a ajuda decisiva da Rússia, a cidade de Harasta, nas mãos de rebeldes extremistas, após devastadores bombardeios.

A cidade de Harasta e seus arredores foram "esvaziados" de rebeldes, informou a televisão síria, após uma operação de evacuação de extremistas e suas famílias.

Com esta nova evacuação, o governo já domina mais de 90% desta região a leste de Damasco, às portas da capital, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Isto ocorre após os incessantes bombardeios contra Ghuta, que já mataram mais de 1.600 civis desde 18 de fevereiro, de acordo com o OSDH. Nesses ataques foram usadas munições incendiárias, segundo depoimentos de jornalistas e ONGs.

Esses bombardeios se intensificaram nos últimos dias. Na noite de quinta para sexta-feira, 37 civis morreram em ataques aéreos russos na região de Arbin, segundo o OSDH.

"Ataques aéreos russos e bombas incendiárias mataram civis refugiados em um porão por queimaduras ou asfixia", indicou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.

"Trinta e sete civis foram mortalmente queimados por bombas que atingiram um abrigo em Arbin. A maioria das vítimas é de mulheres e crianças", disseram no Twitter os Capacetes Brancos, socorristas da Defesa Civil nas zonas rebeldes da Síria, que denunciaram um "massacre horrível".

Moscou negou terminantemente essas acusações.

"A Aviação russa não fez ataques sobre bairros residenciais de Ghuta Oriental e não utiliza, ao contrário da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, munições incendiárias", garantiu o Ministério da Defesa, citado por agências de notícia russas.

Fotos e vídeos de correspondentes da AFP parecem indicar que houve utilização de fósforo branco, cujo emprego contra alvos militares em zonas civis é proibido pelo direito humanitário internacional.

Acuado, o grupo rebelde Faylaq al-Rahman, que controla essa área, firmou nesta sexta-feira um acordo que prevê a saída de cerca de sete mil pessoas - combatentes e suas famílias -, especialmente das localidades de Zamalka, Arbin e Ain Tarma.

A decisão foi confirmada pelo porta-voz do Faylaq al-Rahman, Waël Alwane.

- Situação catastrófica -

As primeiras evacuações acontecerão neste sábado de manhã, detalhou a TV estatal síria.

Os combatentes, que deverão abandonar parte de suas armas, assim como seus familiares, serão levados ao norte da Síria, segundo o OSDH.

"A situação humanitária é catastrófica. Não há mais comida, material médico e a promiscuidade nos abrigos provoca doenças", declarou à AFP o porta-voz Waël Alwane, falando da Turquia.

Ao fim de uma devastadora ofensiva lançada em 18 de fevereiro, o governo de Bashar al-Assad, apoiado por seu aliado russo, reconquistou mais de 80% de Ghuta, último reduto rebelde às portas de Damasco, e que era sitiado desde 2013.

Na quinta-feira, mais de 400 combatentes e centenas de seus familiares abandonaram o enclave de Harasta, um dos três redutos rebeldes de Ghuta Oriental.

Seu comboio chegou nesta sexta a Idlib, única província síria que foge do controle do governo, de acordo com o OSDH, e outro comboio partiu durante o dia.

No total, cerca de 1.500 combatentes do grupo salafista Ahrar al-Sham e seis mil membros de suas famílias devem deixar Harasta, segundo a Sana.

O grupo se viu obrigado a aceitar a evacuação sem negociação. "Tudo o que conseguiram foi poderem sair sem morrer", explicou o especialista em Síria, Nawar Oliver.

A evacuação desta sexta-feira foi realizada em um ambiente distendido. Soldados do governo dispararam para o ar a fim de expressar sua alegria diante do anúncio da operação.

- Uma guerra múltipla-

A guerra na Síria, que começou em 2011, deixou mais de 350 mil mortos e causou o deslocamento e exílio de milhões de sírios.

Ao longo dos anos, o conflito se transformou em uma guerra múltipla e complexa, envolvendo muitos beligerantes, com a intervenção direta de potências estrangeiras.

No noroeste, o Exército turco lançou em 20 de janeiro uma ofensiva para retirar da fronteira a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG), assumindo o controle total do enclave de Afrin.

Cerca de 167 mil pessoas ficaram deslocadas pelo avanço das forças turcas, indicou a ONU nesta sexta-feira.


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