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Estado de Minas

Vizcarra promete firme luta contra corrupção no Peru


postado em 23/03/2018 17:30

Martín Vizcarra prometeu um firme combate contra a corrupção e "tempos melhores" no Peru ao se tornar, nesta sexta-feira (23), o novo presidente, depois que o Congresso aceitou a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, atingido por escândalos.

Como primeiro vice-presidente peruano, Vizcarra foi empossado pelo chefe do Congresso, o opositor Luis Galarreta, para completar o mandato de Kuczynski, que termina em julho de 2021.

"Faremos nossos maiores esforços na luta contra a corrupção", disse em sua primeira mensagem ante o Congresso depois de assumir a Presidência.

"Seremos muito firmes no combate contra todas as ações que sejam censuradas pela lei, venham de onde vierem e custem o que custar. Não vamos tremer a mão para levar adiante as medidas necessárias para retirar o Peru da situação atual", acrescentou.

Para o agora presidente, virão "tempos melhores" para o país, segundo disse antes de entrar para prestar juramento no Congresso, onde foi recebido com aplausos e saudado com um abraço por Galarreta, do partido Força Popular, principal formação de oposição liderada por Keiko Fujimori, filha de Alberto Fujimori que governou por uma década (1990-2000) com mãos de ferro.

Horas antes o Congresso havia aprovado por ampla maioria a renúncia de Kuczynski, o primeiro presidente que perde seu cargo pelo escândalo da empreiteira Odebrecht na América Latina.

O desafio imediato do novo governante é conformar um gabinete "de base larga e unidade nacional" para superar a crise, disse à AFP o analista Mirko Lauer.

O novo presidente terá "10 dias" para designar seus ministros, declarou à AFP uma fonte de seu entorno.

- Desafios pendentes -

"Recuperar a governabilidade, recuperar a confiança dos peruanos no âmbito de respeito à Constituição nacional, às nossas leis, é nosso desafio", disse Vizcarra, chamando os partidos políticos, empresários e sindicatos a "trabalharem unidos, respeitando nossas diferenças".

Vestindo um terno escuro e uma gravata vermelha, Vizcarra compareceu primeiro ao Palácio de Torre Tagle, sede da Chancelaria, e, de lá, acompanhado por uma delegação parlamentar, se dirigiu em um automóvel preto ao Congresso para assumir o cargo, cumprindo as normas do protocolo peruano.

Vizcarra, que completou 55 anos na quinta-feira, retornou a Lima na madrugada desta sexta-feira do Canadá, onde exercia a função de embaixador peruano.

É casado com a professora Maribel Díaz e tem quatro filhos. As roupas sóbrias de Vizcarra nos atos desta sexta contrastaram com a elegância exibida por Kuczynski e sua família quando este assumiu o poder, em 28 de julho de 2016.

Austero e pragmático, Vizcarra terá que fazer malabarismos para lidar com um Congresso dominado pelo partido de Keiko Fujimori, vitoriosa na crise que levou Kuczynski a renunciar.

A própria Keiko disse nesta sexta-feira no Twitter que "este é um momento para estarmos unidos como peruanos, firmes e otimistas ante os desafios que nos esperam", e desejou a Vizcarra "sucesso".

O novo presidente não foi atingido pelos escândalos de corrupção e não tem filiação política. Essas condições poderiam permitir a "construção de pontes" para este engenheiro civil ligado ao setor da construção.

Vizcarra será o anfitrião em 13 e 14 de abril da Cúpula das Américas, em Lima, que contará com a participação de cerca de 30 líderes, entre eles o americano Donald Trump.

- Cansaço -

Na quinta-feira, centenas de peruanos marcharam em Lima para exigir que "todos (os políticos) se vão" e as redes sociais ficaram cheias de críticas aos políticos corruptos.

"Não queremos apenas a renovação de todo o Gabinete Ministerial, mas também do Congresso, temos que fazer uma limpeza!", declarou @Pilysays no Twitter.

Kuczynski, um ex-banqueiro de Wall Street de 79 anos, renunciou na quarta-feira se adiantando a sua destituição pelo Congresso, que nesta sexta-feira aceitou a renúncia.

Pouco antes, o ex-presidente ameaçou retirar sua carta de renúncia e se submeter a um processo de destituição, ao qualificar como "inaceitável" o rascunho do texto que pretendiam submeter à votação, no qual era acusado de "traição à pátria". Essa expressão foi eliminada.

Kuczynski estava no olho do furacão desde dezembro, quando a Odebrecht revelou ter pago quase cinco milhões de dólares em consultorias a empresas ligadas a ele quando era ministro, embora tenha sempre negado qualquer ligação com a empreiteira.

Em dezembro, havia sobrevivido a uma primeira tentativa de destituição. Se salvou com o apoio de Kenji Fujimori, irmão de Keiko, e de outros legisladores da oposição. Três dias depois, decretou um polêmico indulto ao ex-presidente Fujimori, que cumpria 25 anos de prisão por corrupção e crimes contra a humanidade.

Sua saída foi adiantada com a divulgação de um vídeo, na terça-feira, no qual Kenji aparece tentando convencer um colega para que rejeitasse a destituição do presidente em troca de favores políticos.


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