(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Terminar com as armas químicas no mundo é o objetivo da OPAQ


postado em 19/03/2018 16:30

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ), à qual o Reino Unido recorreu para investigar sobre um agente neurotóxico usado para envenenar um ex-espião russo, foi criada há 20 anos e tem sede na Holanda.

Nesta segunda-feira, chegam ao Reino Unido especialistas internacionais em armas químicas para recolher amostras desta substância, que "serão enviadas a laboratórios altamente reputados e selecionados pela OPAQ", anunciou o ministério das Relações Exteriores britânico.

Entenda como funciona essa organização:

- O que é a OPAQ?

Fundada em 1997, a OPAQ supervisiona a aplicação da Convenção sobre as Armas Químicas cujo objetivo é terminar com as armas químicas no mundo.

As armas químicas, como o gás mostarda, foram utilizadas pela primeira vez nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, e depois em 1988 pelo ditador iraquiano Sadam Husein contra os civiles de Halabja, no Iraque. Também foi usado no Japão, em 1995, no atentado com gás sarin no metrô de Tóquio.

Após quase 20 anos de negociações, a convenção entrou em vigor em 29 de abril de 1997. A OPAQ, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2013, conta atualmente com 192 Estados-membros, que reúnem aproximadamente 98% da população mundial. Somente três nações mão aderiram à convenção: Egito, Israel e Coreia do Norte.

Durante essas duas últimas décadas, a OPAQ supervisionou a destruição de 96% das reservas de armas químicas declaradas no mundo, ou seja, 72.304 toneladas.

Os Estados Unidos querem destruir suas armas químicas nos próximos sete anos.

- Como funciona a OPAQ?

Um país que assinou a convenção tem que declarar e destruir todas as armas químicas que possui o que abandonou o outro país. Também tem que desmantelar as instalações usadas na fabricação dessas armas.

A OPAQ verifica ainda as alegações verossímeis de uso de armas químicas e envia a especialistas, muitos deles procedentes dos setores militares e científicos.

As mostras são enviadas ao laboratório da OPAQ nos arredores de Haia, em Rijswijk, ou em outros laboratórios selecionados, para analisá-las em profundidade.

Desde 1997, a OPAQ fez 6.729 inspeções em 3.166 lugares relacionados com armas químicas e em 3.563 sites industriais.

- Qual o papel da Rússia?

A Rússia assinou a Convenção de Armas Químicas em janeiro de 1993 e o ratificou em dezembro de 1997.

Em 2013, Moscou teve um papel-chave com Washington ao fechar um acordo que obrigava o presidente sírio Bashar Al Assad a se juntar à OPAQ, depois de Damasco negar durante anos ser possuidor de armas químicas.

Em setembro, Vladimir Putin declarou em Moscou que havia destruído suas últimas armas químicas em um processo iniciado em 2005.

O diretor-geral da organização, Ahmet Üzümcü, declarou que a destruição das reservas declaradas por Rússia, ou seja 39.967 toneladas, constituía uma "etapa importante" na aplicação da convenção.

Na semana passada, entretanto, o embaixador britânico na OPAQ, Peter Wilson, acusou Moscou de não ter declarado a totalidade de suas reservas "durante anos".

- Existem sanções?

A OPAQ é mais um "cão de guarda" do que uma força policial e depende da honestidade dos Estados-membros em suas declarações sobre a quantidade e a composição de suas reservas de armas tóxicas.

Além disso, o fato de alguns produtos químicos, como o cloro, utilizado contra civis durante a guerra civil na Síria, não tenham que ser declarados complica a situação.

A convenção também não estabelece medidas punitivas específicas. Até agora, mesmo após a condenação pelo uso de armas químicas na Síria, nenhum Estado-membro foi publicamente acusado de ter violado a convenção.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)