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Estado de Minas

Principais marcas de água engarrafada estão contaminadas com plástico


postado em 15/03/2018 20:30

As principais marcas de água em garrafa estão contaminadas com partículas de plástico, que provavelmente vazam durante o processo de envase, revela um estudo realizado em nove países e publicado nesta quinta-feira (15).

Foram analisadas 250 garrafas de água em nove países (Brasil, China, Estados Unidos, México, Índia, Indonésia, Quênia, Líbano e Tailândia), em um estudo dirigido pela pesquisadora Sherri Mason, professora da Universidade Estadual de Nova York, em Fredonia, segundo um resumo do estudo publicado na plataforma jornalística Orb Media.

O plástico foi encontrado em 93% das amostras, que incluíram as principais marcas, como Aqua, Aquafina, Dasani, Evian, Nestle Pure Life e San Pellegrino.

Há partículas de nylon, tereftalato de polietileno (PET) e polipropileno, que é usado para fazer as tampinhas de garrafas. Em média, os pesquisadores encontraram em garrafas de um litro de água 10,4 partículas de tamanho médio de 0,10 milímetros. As partículas menores eram mais abundantes: 314,6 por litro de água em média.

"Acredito que venham dos processos de engarrafamento, e creio que a maior parte procede da própria garrafa, de sua tampa e do processo industrial", explicou Mason à AFP. "Mas a água em garrafas de vidro também continha microplásticos".

- Riscos desconhecidos -

Ignora-se o alcance dos riscos que representam estas partículas para a saúde humana.

"Há uma relação com certos tipos de câncer, com a diminuição da quantidade de espermatozoides e com o aumento de algumas doenças como o trastorno de déficit de atenção ou o autismo", declarou Mason.

Segundo a especialista em microplásticos, foi determinado que estas diferentes afecções estão relacionadas com a presença de produtos químicos sintéticos no meio ambiente.

"E sabemos que os plásticos constituem um meio para que estas substâncias entrem em nosso corpo", explicou.

Um estudo anterior publicado pela Orb Media mostrou que na água da torneira também estavam presentes partículas de plástico, mas em quantidades menores.

"A água da torneira, em geral, é muito mais segura que a água em garrafa", afirmou Mason.

O estudo foi realizado ao longo de três meses com uma técnica desenvolvida pela Escola de Química da Universidade de East Anglia (UEA), na Inglaterra, que permite visualizar micropartículas de plástico graças a um corante luminescente.

"Nos pediram para supervisionar os resultados e a metodologia de forma independente, para garantir que o estudo é sólido e confiável", disse Andrew Mayes, cientista da UEA, que acrescentou que "os resultados são coerentes".

Jacqueline Savitz, diretora para a América da Oceana, ONG que luta contra a contaminação dos mares, destacou que o estudo é mais uma razão para se limitar a produção de garrafas de plástico.

A Federação Nacional de Água Envasada e Engarrafada (FNECE) da França assegurou em um comunicado que a água produzida e vendida na França era "da mais alta qualidade".

O organismo ressaltou que não existe uma metodologia oficial para analisar microplásticos nem um consenso científico.

A Associação Internacional de Água Engarrada considerou que este estudo "não se apoia em uma ciência confiável" e não foi revisado por pares.


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