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Estado de Minas

Exposição mostra como os cães são os melhores amigos dos deficientes


postado em 12/03/2018 10:24

Labradores, poodles ou cockers adestrados mudaram totalmente a vida de seus donos, devolvendo a eles as faculdades físicas perdidas.

Nos corredores do Salão de Crufts, a maior exposição canina do mundo organizada em Birmingham (centro da Inglaterra), a associação "Hearing Dogs For Deaf People" (Cães-guia para pessoas surdas) faz uma demonstração de como os peludos são os melhores amigos das pessoas com alguma deficiência ou doença.

Os adestradores profissionais ensinam os cachorros a reconhecer os sons de um despertador, uma campainha ou um alarme de incêndios, e a transmitir a informação usando a pata ou adotando determinadas posições.

"Nosso objetivo é devolver aos surdos sua independência graças a seu cachorro", explica Veronica Pearce, a porta-voz da associação.

"Graças a isso, muitos beneficiários conseguem viver sozinhos, sem que seus parentes tenham que se preocupar".

Desde sua criação em 1985, a organização já acompanhou mais de 2.000 pessoas. "Se há pedidos particulares, nós cuidamos para que o animal seja treinado", explica Janine Hovey, uma adestradora de 27 anos. "Por exemplo, se a pessoas tem um bebê, podemos adestrar o cachorro para que reconheça o choro".

Há três anos, John Morris, um ex-operário de Leeds, norte da Inglaterra, leva Théo, o cocker treinado pela associação, para todos os cantos.

"Recuperei minha liberdade. Antes não ousava sair", afirma, entusiasmado, o sexagenário que perdeu a audição há 15 anos depois de trabalhado toda sua vida em um ambiente muito barulhento.

- Sociabilidade e segurança -

Mas para ele o essencial não é isso. Com seus passeios a a curiosidade que seu cachorro desperta, John Morris recuperou a autoestima. "Agora posso falar com as pessoas, antes não me atrevia. Não conseguia olhá-las nos olhos", conta, com satisfação. "É como uma vida nova". Ele também ajuda na associação e participa em demonstrações com seu fiel Théo.

Para Lynn Radcliffe, sua nova independência permite que ela desfrute de sua paixão pelo futebol.

"Há algumas semanas estava em Wembley (estádio londrino) quando vencemos o Arsenal por 3 a 0!", conta, encantada, a torcedora do Manchester City.

Em 1998, ela foi diagnosticada com epilepsia. Perdeu a carteira de motorista e o emprego, teve de abandonar suas atividades de lazer. "Tudo se tornou perigoso, inclusive as coisas básicas como atravessar uma rua, pois podia sofrer um ataque de repente", recorda.

"Precisava de alguém para me acompanhar", explica.

Há alguns anos, conseguiu recuperar uma vida quase normal graças a Simba, um labrador submetido a um programa de adestramento da associação britânica "Support Dogs".

"Há sinais muito sutis, que não podemos ver, mas que os cachorros podem detectar muito antes de acontecer", Rita Howson, diretora da associação.

Dessa forma, o cão pode advertir seu dono sobre um ataque epiléptico mediante latidos ou determinados comportamentos.

Este alerta não impede o ataque, mas dá tempo para que a pessoa se prepare e evite um acidente doméstico.

"Eu me sinto mais segura em casa", afirma Lynn Radcliffe. "Posso tomar banho sem ter medo de me afogar. Se Simba me alerta de que vou ter um ataque, posso sair do chuveiro para não ficar em perigo".

Além dos epilépticos, a "Support Dogs" acompanha adultos que sofrem com alguma incapacidade física e crianças autistas.

No total, mais de 7.000 pessoas no Reino Unido, entre elas 5.000 cegas, contam com a ajuda de um cachorro em sua vida cotidiana, segundo a "Assistance Dogs", que reúne as associações de cães-guia em todo o país.

apz/mpa/cn/erl/acc /cn


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