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Estado de Minas

EUA e China concordam em manter pressão sobre Coreia do Norte


postado em 09/03/2018 23:42

Estados Unidos e China concordaram nesta sexta-feira (9) em manter as pressões sobre a Coreia do Norte para que reunião entre Donald Trump e Kim Jong Un seja realizada enquanto são dados passos concretos até a desnuclearização da península coreana.

Trump e o presidente da China, Xi Jinping, mantiveram nesta sexta uma conversa por telefone para abordar o anúncio da reunião com o líder norte-coreano, que poderia ocorrer no fim de maio.

Em um tuíte no início da noite, Trump avaliou que um possível futuro acordo com Pyongyang "está realmente sendo preparado e seria, caso concretizado, algo muito bom para o mundo". "Data e local a determinar".

Segundo a Casa Branca, nessa ligação, "os dois líderes saudaram a perspectiva de um diálogo entre Estados Unidos e Coreia do Norte, e se comprometeram a manter a pressão e as sanções" até que o governo de Pyongyang avance para uma eliminação "completa, verificável e irreversível" de suas armas nucleares.

No entanto, a Casa Branca acabou enviando sinais contraditórios.

A porta-voz da Presidência, Sarah Sanders, disse nesta sexta-feira que a Coreia do Norte já havia feito promessas anteriormente, e sugeriu que a realização da reunião estaria condicionada a passos prévios por parte de Pyongyang.

"Não vamos fazer a reunião até que vejamos ações concretas que se complementem com a retórica da Coreia do Norte", declarou Sanders.

- Espera por 'medidas concretas' -

A confusa declaração provocou momentos de dúvida na Casa Branca, onde funcionários se encarregaram de assegurar à imprensa que não houve uma mudança na postura do presidente.

Até o momento não houve reações oficiais por parte do governo da Coreia do Norte.

Entretanto, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, comentou que o anúncio da reunião foi "como um milagre".

Na manhã desta sexta-feira, o vice-presidente americano, Mike Pence, havia emitido uma nota oficial na qual assegurou que a estratégia americana de sanções, ameaças e "pressão máxima" abriram a porta à oferta de Kim para dialogar.

De acordo com Pence, "os norte-coreanos vêm à mesa apesar dos Estados Unidos não terem feito nenhuma concessão".

Por isso, acrescentou o funcionário, a "campanha de pressão máxima continuará até que a Coreia do Norte tome medidas concretas, permanentes e verificáveis para acabar com seu programa nuclear".

- Apoio cauteloso -

Esta posição é compartilhada por um dos principais aliados asiáticos de Washington, o governo do Japão, que também defendeu que se mantenha a política de pressão sobre Pyongyang.

Em uma mensagem pela televisão, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que apreciava "enormemente" a mudança de retórica por parte da Coreia do Norte em relação à eliminação das armas nucleares, mas manteve a cautela.

"Não há mudanças na política para Japão e Estados Unidos", afirmou. "Vamos continuar exercendo uma pressão máxima até que a Coreia do Norte tome ações concretas até uma 'desnuclearização' perfeita, verificável e irreversível", disse.

Para a Casa Branca, a campanha de "pressão máxima" também inclui insistir com a China, aliada da Coreia do Norte, para que assuma um papel mais ativo a fim de convencer Pyongyang a abandonar seu programa de armas nucleares.

O presidente chinês, Xi Jinping, já expressou sua confiança de que "Estados Unidos e Coreia do Norte entrem em contato e dialoguem o quanto antes".

Em Nova York, o secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a "liderança e visão" mostrada por Trump e Kim em avançar até um encontro.

Guterres "se sente alentado pelo anúncio de uma concordância" para realizar a reunião e "elogia a liderança e a visão de todos os interessados", declarou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.

Para a Rússia, a reunião é "um passo em uma boa direção" e "necessária para normalizar a situação", afirmou seu chanceler, Sergei Lavrov, que também expressou satisfação pelo encontro que será mantido pelos dirigentes das duas Coreias no final de abril.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), por sua vez, expressou sua esperança de que o esforço por uma reunião permita "progressos concretos na questão nuclear norte-coreana".

Enquanto isso, a União Europeia (UE) considerou "que a disposição" de Trump em aceitar o convite de Kim é "um acontecimento positivo", enquanto a chanceler alemã, Angela Merkel, avaliou que oferece "uma luz de esperança".

Não obstante, o espetacular anúncio do encontro entre Trump e Kim pareceu pegar de surpresa o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, que está em uma viagem pela África.

Durante uma visita a Dijbuti, Tillerson disse nesta sexta-feira que a abertura mostrada por Kim foi "um pouco surpreendente para nós", depois de um ano de agressiva retórica e tensões militares.

Na véspera, poucas horas antes do anúncio sobre a reunião, Tillerson estava na Etiópia, e durante coletiva de imprensa opinou que a ideia de "negociações" diretas entre Washington e Pyongyang ainda estava longe.


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