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Estado de Minas

Trump promete cancelar tarifas de aço e alumínio se tiver Nafta justo


postado em 05/03/2018 21:36

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (5) que reconsideraria a proposta muito controversa de impôr tarifas aduaneiras elevadas sobre o aço e o alumínio, desde que se alcance um novo Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) "justo".

Ao fim da 7ª rodada de renegociação do Nafta, que aconteceu no México, o representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, afirmou que a revisão é mais lenta que o esperado, com apenas seis capítulos terminados de 30 pendentes.

"Não alcançamos o progresso que esperávamos", disse

No Twitter, Trump tinha afirmado mais cedo: "Temos grandes déficits com México e Canadá. O Nafta, que atualmente está em renegociação, foi um acordo ruim para os Estados Unidos, com grande deslocamento de empresas e empregos. As tarifas ao aço e ao alumínio serão retirados unicamente se um novo acordo for assinado".

Na semana passada, Trump provocou uma grande controvérsia global ao anunciar a adoção da tarifas pesadas às importações de aço (25%) e de alumínio (10%), medidas que impactariam especialmente o Canadá, maior provedor de aço ao mercado americano.

Nesta segunda, o presidente sugeriu que México e Canadá só ficarão a salvo das pesadas tarifas se aceitarem fazer concessões na mesa de negociações do Nafta.

Em sua mensagem desta segunda, Trump usou sua conhecida oratória contra os canadenses e mexicanos: criticou os vizinhos do norte por sua política comercial e os do sul por considerar que não fazem o bastante pelo combate às drogas.

- Críticas -

Mais tarde, ao receber no Salão Oval o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump reiterou que os Estados Unidos "fizeram um mau negócio" com o Nafta, vigente desde 1994.

Os Estados Unidos têm um déficit comercial "de 800 bilhões de dólares. Nós fomos enganados em todo o mundo, por amigos e inimigos ", disse ele, e apontou um déficit de 500 bilhões de dólares com a China.

Essas declarações, contudo, não são totalmente precisas: em 2017, o déficit comercial americano foi de 566 bilhões de dólares (375 bilhões com a China), sendo que o recorde foi um déficit de 708 bilhões em 2008, de acordo com dados oficiais.

"Apenas trabalhando juntos sobre a oferta e a demanda podemos encerrar o fluxo ilegal de drogas, dinheiro e armas entre nossos países", apontou Videgaray.

Contudo, as relações comerciais dos Estados Unidos com o México e o Canadá mostram cenários totalmente distintos.

Com o México, os Estados Unidos tem um déficit comercial, que em 2016 alcançou os 63 bilhões de dólares, que nos três primeiros trimestres de 2017 chegou aos 52 bilhões.

Já com o Canadá, os americanos tiveram em 2016 um superávit de cerca de 8 bilhões de dólares e, nos primeiros nove meses de 2017, alcançou 3 bilhões de dólares.

- Resposta de Canadá e México -

Ao fim da rodada, a ministra de Exterior canadense, Chrystia Freeland, disse em coletiva de imprensa que seu país planeja represálias se a Casa Branca impõe tarifas aduaneiras.

"Se houver restrições, o Canadá tomará medidas para defender seus interesses comerciais e continuaremos defendendo os trabalhadores do aço e do alumínio", disse a funcionária.

Já o ministro de Economia de México, Ildefonso Guajardo, também tuitou para responder Trump: "O México não deve ser incluído nos tributos de aço e alumínio. É a forma equivocada de incentivar um Nafta moderno", escreveu.

Já o chanceler mexicano, Luis Videgaray, também tuitou para responder que o enfrentamento ao tráfico de drogas é uma "responsabilidade compartilhada" entre México e Estados Unidos.

"Nossa cooperação se guia por esse princípio", afirmou o chefe da diplomacia mexicana.

- Europa se prepara -

Contudo, a tensão continuava a se espalhar fora da América do Norte nesta segunda-feira.

Enquanto a União Europeia preparava um plano de represálias às eventuais tarifas americanas, o governo da Alemanha expressou sua convicção de que Washington adotou um "caminho equivocado".

"Não queremos que a situação piore e não queremos algo que se aproxime de uma guerra comercial que não beneficiaria ninguém", declarou Steffen Seibert, porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, em coletiva de imprensa em Berlim.

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou "que está claro que (essas medidas) estariam contra as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio)", apontando que, neste caso, "a UE estaria em seu direito de iniciar uma ação e adotar medidas contra bens americanos".

No domingo, o gabinete da primeira-ministra britânica Theresa May informou que a dirigente está "profundamente preocupada" pelo anúncio sobre as tarifas e que manifestou diretamente essa preocupação a Trump em uma ligação telefônica.


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