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Estado de Minas

Boina reconquista espaço na cabeça das mais descoladas


postado em 28/02/2018 11:00

O que Rihanna, os saudosistas de Che Guevara e o clã das Kardashian têm em comum? Todos estão apaixonados pelas boinas.

Há alguns anos, o mais francês dos acessórios de cabeça destronou outros chapéus e seduziu o mundo da alta-costura. Agora, os fabricantes têm dificuldades para atender a uma forte demanda que não se limita mais aos camponeses, ou a turistas em busca de autenticidade.

Desde que Maria Grazia Chiuri, da Dior, espalhou boinas em seus 68 modelos no desfile de março de 2017 em Paris, o chapéu dos basco-bearneses se tornou a quintessência do cool.

A versão em couro preto da Dior que Rihanna usava no desfile da Dior, compondo um look de inspiração Black Panther, teve tamanho sucesso que agora chega a ser vendida por US$ 999 no eBay.

Ícones da moda internacional tão diferentes quanto as irmãs Hadid, Kardashian (Jenner), Kate Middleton (uma adepta de longa data), Meghan Markle (noiva do príncipe Harry) e a princesa Charlène de Mônaco foram fotografadas de boina.

Os críticos de moda também comemoram que o acessório tenha voltado a cair nas graças das celebridades, como disse o Guardian: "enfim, poderemos tirar nossas boinas do armário".

- Seda e pérolas -

Resultado: Laulhère, o último fabricante francês histórico de boinas, está em plena expansão.

O artesão chegou a abrir uma butique na rua Saint-Honoré em Paris, entre Hermès e Prada, onde as boinas mais luxuosas, cobertas de pérolas, ou com acabamento em couro, ou em seda, custam entre 450 e 500 euros.

As mais tradicionais, em feltro, que protegem da neve do inverno e do sol do verão, são vendidas por um preço bem mais acessível de 35 euros.

Segundo Sébastien Réveillard, dono da loja Paris est Toujours Paris, no segundo distrito, "muitos clientes compram duas, ou três, de uma vez. Não estamos conseguindo atender".

O diretor comercial da Laulhère, Mark Saunders, confirma: a modesta fábrica de sua marca, em Oloron-Sainte-Marie, nos Pirineus (sudoeste), está sob pressão.

"São necessários dois dias para fazer uma boina, e há um grande trabalho manual, diria de 80%. É um processo muito complicado", afirmou.

- 'Eles vão com tudo' -

A moda da boina não é passageira, porém, garante Saunders. Segundo ele, começou há seis anos, quando o proprietário atual da marca, Cargo, salvou a Laulhère da falência.

"Nós nos demos conta de que tínhamos algo excepcional nas mãos: ao mesmo tempo, um artigo de moda fantástico e um acessório de luxo dotado de uma história e de uma cultura", completou.

Com mais do que o dobro do número de funcionários de sua fábrica, 55 no total, a Laulhère vendeu mais de 300.000 boinas no ano passado.

E, com as lojas que distribuem sua produção no Japão, na Coreia do Sul, em Hong Kong e em breve na China continental, a marca francesa deve aumentar suas vendas em 2018.

Zulu Cécile, uma jovem de 21 anos originária de Bordeaux, vê a boina com um símbolo francês.

"É agradável de usar, vai com quase tudo, e está na moda no momento", disse ela à AFP, durante sua visita a Paris, enfeitada com uma boina azul-marinho.


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