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Estado de Minas

Espanha indignada por briga entre torcidas nas ruas de Bilbau


postado em 23/02/2018 19:12

"Batalha campal", "confusões selvagens"... a violência entre torcedores organizados antes do duelo entre Athletic Bilbao e Spartak de Moscou, na noite de quinta-feira, comoveu a Espanha, indignada pela morte aparentemente acidental de um policial e preocupada com a Copa do Mundo da Rússia deste ano.

- La Liga, indignada -

As emissoras de televisão da Espanha não pararam de retransmitir nesta sexta-feira as imagens da violência que se espalhou pelos arredores do estádio San Mamés, em Bilbau, antes do confronto válido pela segunda fase da Liga Europa: sinalizadores, arremessos de garrafas, troca de socos e pontapés, vandalismo...

Os principais jornais esportivos publicaram em suas capas a imagem de um policial da Ertzaintza, a polícia regional basca, caído no chão com dois companheiros tentando reanimá-lo.

As autoridades insistem que o falecimento desta agente de 51 anos foi causado por um infarto, e não diretamente por uma ato de violência. Contudo, o caso gerou forte comoção no mundo do futebol espanhol.

"Pensamos em sua família, que é o mais importante. Não gosto de violência, quando acontecem essas coisas é muito difícil entender, esperamos que não voltem a acontecer coisas assim num estádio de futebol", declarou o técnico do Real Madrid, Zinedine Zidane.

A maioria dos clubes publicou mensagens de apoio e a Liga espanhola anunciou que um minuto de silêncio será respeitado em todos os jogos do Campeonato Espanhol neste fim de semana em memória ao policial falecido.

"É uma situação dura, estamos todos afetados, no meu caso a nível pessoal, porque aconteceu em Bilbau", declarou o técnico do Barcelona Ernesto Valverdo, ex-técnico do Athletic.

"Ele morreu servindo, velando pela segurança de tantas pessoas que ontem queriam desfrutar de um espetáculo esportivo que nunca deveria ter sido manchando pela violência de grupos que devem ser erradicados do mundo do esporte", criticou o presidente do governo da Espanha, Mariano Rajoy.

- Responsabilidade -

Após os confrontos, que deixaram quatro feridos, a polícia basca prendeu nove indivíduos: cinco espanhóis, três russos e um polonês.

A questão agora é saber se é possível evitar incidentes como este. As autoridades regionais bascas haviam colocado à disposição um importante efetivo de segurança: mais de 500 policiais mobilizados para conter cerca de 2.000 torcedores russos.

O governo espanhol anunciou nesta sexta-feira que aumentará a vigilância antes do duelo entre Atlético de Madrid e Lokomotiv de Moscou, previsto para 8 de março na capital espanhola.

O governo também irá questionar a Uefa sobre as medidas que a entidade que rege o futebol europeu pretende tomar em relação aos 'hooligans', termo usado na Inglaterra para definir os torcedores violentos e que se popularizou pelo mundo.

A Alemanha prendeu na quinta-feira no aeroporto de Munique um suposto hooligan russo, buscado pela França desde a Eurocopa de 2016 por "tentativa de homicídio" contra um britânico durante confrontos entre torcedores em Marselha. O torcedor estava a caminho de Bilbau quando foi detido.

O porta-voz da embaixada russa na Alemanha, Denis Mikerin, manifestou um "protesto energético" contra esta prisão, que segundo o governo russo seria uma manobra para "politizar o tema do hooliganismo no futebol antes da Copa do Mundo da Rússia", que acontecerá entre 14 de junho e 15 de julho.

- Temores pela Copa -

A questão da violência no futebol tem preocupado o governo espanhol, que diz temer por seus cidadãos que viajarem à Rússia para assistir ao Mundial.

"É preciso tomar medidas, porque se isso não acontecer, no mínimo muitas pessoas vão se assustar e não vão viajar para ver a Copa da Rússia" de 2018, afirmou o ministro de Esportes da Espanha, Íñigo Méndez de Vigo.

A autoridades russas garantem que estão fazendo de tudo para evitar que o hooliganismo perturbe a competição.

A imprensa espanhola, porém, não se mostra convencida com as promessas russas.

"O tema dos russos é preciso ser levado a sério. Antes da Copa", escreveu em editorial Alfredo Relaño, diretor do diário esportivo As. Segundo ele, a situação destes torcedores é parecida a dos hooligans britânicos de antes da tragédia de Heysel, onde torcedores do Liverpool causaram a morte de 39 pessoas em maio de 1985.

Naquela época, a Uefa excluiu os clubes ingleses de todas as competições continentais durante cinco anos e os obrigou a tomar medidas contra torcedores violentos.


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