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Estado de Minas

Bolivianos se manifestam a favor e contra recandidatura de Morales


postado em 21/02/2018 21:06

Manifestações a favor e contra a nova candidatura do presidente Evo Morales a um quarto mandato consecutivo foram registradas nesta quarta-feira (21) na Bolívia, em um reflexo da polarização política vivida no país.

Por conta dos protestos, as principais cidades bolivianas, como La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, permaneceram com bloqueios de ruas e avenidas por parte de vizinhos e ativistas, embora sem incidentes maiores

Em El Alto, cidade vizinha de La Paz e outrora nicho eleitoral de Morales, o líder centrista Samuel Doria Medina comandou uma maciça marcha de seu partido, Unidade Nacional, na qual exigiu "respeito ao voto" do referendo que, em 2016, negou ao presidente de esquerda a possibilidade de uma nova candidatura.

Mas no fim de 2017, uma sentença do Tribunal Constitucional deu a Morales a permissão para se candidatar indefinidamente, medida que gerou protestos da oposição e de organizações civis do país.

Em uma avaliação da greve convocada pela oposição, o ministro da Presidência, Alfredo Rada, disse em coletiva de imprensa que "não alcançou a presença em massa de cidadãos nem impacto suficiente para paralisar as atividades produtivas, de serviços e comerciais".

Na contramão, Luis Fernando Camacho, dirigente do poderoso comitê civil da região de Santa Cruz, a mais próspera do país, e contrário à reeleição de Morales, considerou que "o povo boliviano está mobilizado, há um sentimento de fazer respeitar o voto e a democracia".

Em um ato maciço em uma zona rural de Santa Cruz, o presidente Morales se manifestou "surpreendido" diante de "tantas ofensas, tantas humilhações, tantas mentiras (da oposição). Aos irmãos (das organizações afins ao governo): sigam mobilizados para continuarmos com nosso processo".

As mobilizações dos dois lados foram convocadas dois anos após o referendo que negou ao presidente, por uma margem estreita, sua aspiração de concorrer novamente à reeleição.

Morales, de 58 anos e no poder desde 2006, se autoproclamou em dezembro candidato para as eleições de dezembro de 2019, na qual serão renovados o presidente, o vice-presidente e o Congresso para o período 2020-2025.

- 'Vamos defender este processo' -

O governante Movimento ao Socialismo (MAS) organizou maciças concentrações na noite de terça-feira em Santa Cruz e nesta quarta-feira em La Paz e Cochabamba em apoio à candidatura de Morales.

"Nós vamos defender esse processo, vamos governar entre nós, não podemos ser governados pelo Fundo Monetário Internacional", disse o ministro de Desenvolvimento Rural, o aimará Eugenio Rojas, durante uma concentração em La Paz.

Morales, que também é aimará, chegou ao poder com 54% dos votos, e revalidou seu mandato duas vezes (2010-2015 e 2015-2020) com votações similares.

Entretanto, uma pesquisa recente do jornal Página Sete, o qual o governo considera opositor, disse que a popularidade de Morales caiu 22%.

Para as duas últimas eleições, o governo conseguiu, com a ajuda dos tribunais de justiça, interpretações legais para que Morales pudesse voltar a se candidatar, apesar da oposição ter questionado sua legalidade.

- Indulgência 'perdida por Maduro' -

"Morales ainda goza de certa indulgência internacional, que já foi perdida por (Nicolás) Maduro pelo uso da força para neutralizar movimentos contestatórios", disse à AFP o analista político Jorge Lazarte.

No entanto, o especialista não descartou que setores rígidos do governo optem por pressionar para se manter no poder e usar policiais e militares para reprimir as manifestações da oposição.

"Está nas mãos de Evo Morales decidir o que fazer: preservar seu legado, deixando sua aspiração de recandidatura, ou continuar (no governo) com um alto custo" político, expressou Lazarte.


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