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Estado de Minas

Primeiro-ministro de Israel se vê diante de futuro complicado


postado em 21/02/2018 20:24

O futuro se complica dia a dia para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que deverá enfrentar o depoimento potencialmente devastador de um colaborador em uma das investigações por corrupção que abalam seu governo.

O acúmulo de duros golpes começou a provocar uma atmosfera cada vez mais pré-eleitoral. Embora o primeiro-ministro, no poder há quase 12 anos, não tenha sido oficialmente acusado em nenhum dos ao menos seis casos que o envolvem direta, ou indiretamente, o ambiente se complica em seu entorno.

Em oito dias, Netanyahu viu como a Polícia recomendava em 13 de fevereiro seu indiciamento em dois casos de corrupção, assim como a prisão no domingo de sete pessoas, duas delas colaboradores próximos. Na terça-feira, foi aberta uma investigação por tentativa de suborno a uma juíza em troca de frear a averiguação sobre movimentos suspeitos na residência do primeiro-ministro.

Desde terça-feira à noite, Netanyahu está se preparando, segundo a mídia, para um depoimento que pode ser uma bomba-relógio.

Uma das pessoas detidas no domingo, o ex-diretor-geral do Ministério de Comunicações, conhecido como um dos poucos homens de confiança de Netanyahu, Shlomo Filber, negociou com os investigadores um acordo de cooperação em troca do status de testemunha protegida, com garantias de não ir à prisão, segundo relatos da imprensa confirmados pela Polícia.

- Bibi e Momo -

"Se Shlomo Filber assinou efetivamente um acordo (assim), é o fim de uma era", escreveu no jornal Maariv o jornalista Ben Caspit, autor de um livro recente sobre Netanyahu.

"Filber é o mais próximo e mais íntimo dos agentes a cargo das operações ocultas que Netanyahu teve em gerações (...) Sempre na sombra, sempre fiel, eficaz, discreto e movido pelas convicções: Bibi (apelido de Netanyahu) podia contar com Momo. Até ontem (terça-feira)", acrescentou Ben Caspit.

De acordo com Caspit, Filber é o cérebro da vitória de Netanyahu contra todo os prognósticos nas eleições legislativas de 2015.

Netanyahu depois o nomeou diretor-geral do Ministério de Comunicações.

Segundo a imprensa, a Polícia suspeita que Filber tenha agido, quando ocupava este cargo, como intermediário entre os Netanyahu e Shaul Elovitch, diretor do Bezeq, o mais importante grupo israelense de telecomunicações, e o influente site de informação Walla.

A Polícia busca saber se os Netanyahu quiseram assegurar uma cobertura propícia pelo Walla em troca de favores governamentais, que poderiam ter reportado milhões de dólares ao Bezeq, afirma a imprensa.

O comentarista da rádio pública Yoav Krakovsky, citando responsáveis políticos, considerou que o comprometedor depoimento de Filber poderia gerar eleições antecipadas antes do fim do ano, quando normalmente o mandato teria que acabar em 2019.

Netanyahu declara sua inocência em todas as frentes e reitera sua firme intenção de se manter no poder.

Nesta quarta à noite, em uma intervenção ante dirigentes judeus-americanos em Jerusalém, evitou tocar no tema e insistiu no perigo que o Irã representa para a segurança de Israel.

"Nunca permitiremos que o Irã estabeleça bases militares na Síria que possam ser utilizadas contra nós. Nunca permitiremos que o Irã obtenha armas nucleares", afirmou.

A oposição reclama sua demissão.

Seus aliados, os chefes dos partidos de sua coalizão, na qual se baseia o governo considerado mais conservador da história de Israel, mantêm o apoio. Afirmaram na semana passada que estavam aguardando a decisão do procurador-geral sobre uma possível acusação de Netanyahu.

Seu partido, o Likud, continua apoiando-o.


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